São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 2011

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PF prende número dois do Turismo acusado de fraude

Operação para desmontar suposto esquema de desvio termina com 35 presos

Foram apreendidosR$ 610 mil na sede da ONG, em SP; advogado de ex-assessor de Marta Suplicy nega acusação

DE BRASÍLIA

A Polícia Federal prendeu 35 pessoas, entre elas integrantes da cúpula do Ministério do Turismo, sob acusação de envolvimento em fraudes num convênio entre a pasta e uma ONG, que tem sede em São Paulo.
A Justiça Federal determinou ações de busca e apreensão e prisões em Brasília (17 presos), São Paulo (11) e Amapá (7).
De acordo com a PF, foram desviados cerca de R$ 3 milhões repassados ao Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável) para capacitação de pessoas para atividades turísticas no Amapá.
Entre os presos está o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, número 2 do Turismo, que está na pasta desde 2003.
Em 2011, quando Pedro Novais (PMDB-MA) foi nomeado ministro, Frederico foi alçado ao cargo de secretário-executivo, apadrinhado pelo líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN).
Outro preso é Mário Moysés, secretário-executivo na gestão anterior e que também presidiu a Embratur. Ele nega as acusações (leia texto nesta página).
Moysés chegou à pasta na gestão da hoje senadora Marta Suplicy (PT-SP) em 2007, de quem foi assessor na Prefeitura de São Paulo.
Ele atuou em campanhas eleitorais da petista, tendo sido um dos assessores de imprensa de Marta em 2008. Entre 2000 e 2004, Moysés trabalhou na Folha em um cargo administrativo.
Outro preso é Colbert Martins, ex-deputado federal pelo PMDB da Bahia, que ocupou a Secretaria de Desenvolvimento do ministério.
O diretor-executivo da PF, delegado Paulo de Tarso Teixeira, afirmou que as provas contra eles são "robustas".
A Folha apurou que investigados tentaram impedir os trabalhos da PF, o que fundamentou os pedidos de prisão.
Segundo a investigação, foram detectados o direcionamento das contratações a empresas e pagamentos por serviços não executados.
Na casa do dirigente do Ibrasi Luiz Gustavo Machado, em SP, onde funciona a ONG, foram apreendidos R$ 610 mil, segundo a PF.
Ainda de acordo com a PF, a ONG usava empresas fictícias ou do grupo para desviar os recursos.
A investigação começou em abril após apuração do Tribunal de Contas da União.
O convênio foi realizado com recursos destinados à ONG pela deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), por meio de emenda parlamentar.
(FILIPE COUTINHO, MATHEUS LEITÃO e DIMMI AMORA)


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