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Tucano volta a atacar e fala em "crimes contra o Brasil"
Na TV, no rádio e na rua, candidato critica Dilma e Lula; Marina sugere que contribuinte questione Receita
DE SÃO PAULO
DA ENVIADA A SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DO RIO
No seu programa eleitoral
de TV e rádio e numa agenda
de campanha em São Paulo,
o tucano José Serra voltou a
atacar Dilma Rousseff e o PT
pela quebra do sigilo fiscal de
seus parentes e aliados.
O candidato abriu o programa de TV com uma fala
dura, na qual menciona o
acesso a dados de seu genro e
bate na adversária sem citar
seu nome: "Esses crimes, no
fundo, não são contra mim
ou minha campanha, não.
São contra o Brasil. Contra a
Constituição e os eleitores".
"Os suspeitos são ligados
ao PT e, diante de tudo isso,
até agora, a campanha e o
governo do PT debocham
das vítimas e até insinuam
que elas são culpadas. E a
pessoa que deve explicações
ao Brasil se esconde atrás de
ministros e até do presidente
da República", disse Serra.
No rádio, o programa foi
além: "E teve até um ministro
[refere-se a Guido Mantega,
da Fazenda] que disse que isso é comum. Não em uma democracia. Isso é comum em
ditaduras, em países que
prendem e matam gente por
divergências de opinião. Numa democracia, isso é crime", afirmou o locutor.
Em campanha em São José
Rio Preto (SP), Serra defendeu a demissão do secretário
da Receita Federal, Otacílio
Cartaxo, e uma investigação
mais rigorosa da violação de
dados de seus familiares e de
pessoas ligadas ao partido.
"Eu acho que é o mínimo,
para começar, demitir o secretário da Receita, fazer
uma investigação séria. Eles
estão protelando, estão enrolando", disse o tucano.
Serra atacou também o
presidente. "[Lula] vem a público na verdade um lado debochado, de debochar das vítimas, e por outro de acusar
as vítimas. É uma coisa sensacional. Você comete um
crime contra alguém e você
culpa esse alguém. Essa é a
estratégia petista antiga."
Serra afirmou ainda que
Lula deveria "ser um presidente de todos os brasileiros,
não de um partido. E às vezes
ele se comporta como um
presidente de partido".
DESAMPARO
A candidata do PV, Marina
Silva, sugeriu que todos os
contribuintes questionassem
a Receita Federal para saber
se tiveram o sigilo fiscal violado. "É a única alternativa
que resta depois do que estamos vendo."
Ela criticou a atuação de
Lula e de Mantega no caso.
"O presidente Lula, quando veio a público [para falar
sobre o caso], não foi para
dar satisfação ao povo brasileiro, mas para defender sua
candidata. Lula criou uma
sensação de desamparo",
disse ela, durante sabatina
promovida pelo jornal "O
Globo", no Rio.
"O [comportamento do]
ministro Mantega foi durante
muito tempo de omissão. Depois, algo inaceitável, [houve] a banalização de um crime", disse ela.
A campanha de Dilma repetiu na TV, à tarde, programa de anteontem, no qual
Lula, sem citar o nome de
Serra, o classificou de "candidato da turma do contra" e
o acusou de "partir para a
baixaria". À noite, foi mostrado um novo programa,
sem menção à polêmica.
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