São Paulo, sexta-feira, 10 de setembro de 2010

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Tucano volta a atacar e fala em "crimes contra o Brasil"

Na TV, no rádio e na rua, candidato critica Dilma e Lula; Marina sugere que contribuinte questione Receita

DE SÃO PAULO
DA ENVIADA A SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DO RIO

No seu programa eleitoral de TV e rádio e numa agenda de campanha em São Paulo, o tucano José Serra voltou a atacar Dilma Rousseff e o PT pela quebra do sigilo fiscal de seus parentes e aliados.
O candidato abriu o programa de TV com uma fala dura, na qual menciona o acesso a dados de seu genro e bate na adversária sem citar seu nome: "Esses crimes, no fundo, não são contra mim ou minha campanha, não. São contra o Brasil. Contra a Constituição e os eleitores".
"Os suspeitos são ligados ao PT e, diante de tudo isso, até agora, a campanha e o governo do PT debocham das vítimas e até insinuam que elas são culpadas. E a pessoa que deve explicações ao Brasil se esconde atrás de ministros e até do presidente da República", disse Serra.
No rádio, o programa foi além: "E teve até um ministro [refere-se a Guido Mantega, da Fazenda] que disse que isso é comum. Não em uma democracia. Isso é comum em ditaduras, em países que prendem e matam gente por divergências de opinião. Numa democracia, isso é crime", afirmou o locutor.
Em campanha em São José Rio Preto (SP), Serra defendeu a demissão do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, e uma investigação mais rigorosa da violação de dados de seus familiares e de pessoas ligadas ao partido.
"Eu acho que é o mínimo, para começar, demitir o secretário da Receita, fazer uma investigação séria. Eles estão protelando, estão enrolando", disse o tucano.
Serra atacou também o presidente. "[Lula] vem a público na verdade um lado debochado, de debochar das vítimas, e por outro de acusar as vítimas. É uma coisa sensacional. Você comete um crime contra alguém e você culpa esse alguém. Essa é a estratégia petista antiga."
Serra afirmou ainda que Lula deveria "ser um presidente de todos os brasileiros, não de um partido. E às vezes ele se comporta como um presidente de partido".

DESAMPARO
A candidata do PV, Marina Silva, sugeriu que todos os contribuintes questionassem a Receita Federal para saber se tiveram o sigilo fiscal violado. "É a única alternativa que resta depois do que estamos vendo."
Ela criticou a atuação de Lula e de Mantega no caso.
"O presidente Lula, quando veio a público [para falar sobre o caso], não foi para dar satisfação ao povo brasileiro, mas para defender sua candidata. Lula criou uma sensação de desamparo", disse ela, durante sabatina promovida pelo jornal "O Globo", no Rio.
"O [comportamento do] ministro Mantega foi durante muito tempo de omissão. Depois, algo inaceitável, [houve] a banalização de um crime", disse ela.
A campanha de Dilma repetiu na TV, à tarde, programa de anteontem, no qual Lula, sem citar o nome de Serra, o classificou de "candidato da turma do contra" e o acusou de "partir para a baixaria". À noite, foi mostrado um novo programa, sem menção à polêmica.


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