São Paulo, sexta-feira, 10 de setembro de 2010

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Office-boy nega participação em quebra de sigilo

ROGÉRIO PAGNAN
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

Virou um jogo de empurra a apuração da Polícia Civil para descobrir quem falsificou a procuração usada para quebrar o sigilo fiscal da empresária Veronica Serra, filha do candidato à Presidência José Serra (PSDB).
O office-boy Ademir Estevam Cabral, 51, disse em depoimento que sempre seguiu ordens do contador Antonio Carlos Atella Ferreira, mas negou participação no caso.
O advogado de Atella, Alexandre Trindade, disse à Folha que as funções eram exatamente o contrário: "Ele [Atella] não tinha autonomia para fazer nada, nem para escrever uma procuração. Era office-boy do Ademir".
O contador acusou o office-boy de ter lhe entregue a procuração falsa usada para retirar declarações de Veronica de 2007 a 2009 num posto da Receita em Santo André.
Já o office-boy diz que nunca viu a procuração. Ele confirmou ter um escritório de despachos e trabalhar com Atella.
O delegado José Emílio Pescarmona, titular de delegacia seccional de Santo André (ABC paulista), diz que acredita mais na versão do office-boy: "Pode ser que ele me engane, porque estelionatário gosta de enganar, mas me pareceu que ele é uma pessoa de bem".
A polícia trabalha com a hipótese de que Atella mencionou o office-boy para atrapalhar a investigação. O boy tem um pequeno escritório em São Paulo e mora num bairro pobre em Francisco Morato (Grande São Paulo).
O delegado Marcos Carneiro, do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo, diz que esse tipo de contradição vai se resolver com provas técnicas. A mais importante, diz, são as ligações telefônicas que Atella fez em setembro, quando obteve cópias das declarações.


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