São Paulo, sábado, 10 de setembro de 2011

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Parceria de Dilma e Alckmin desagrada PT

Deputados de SP reclamam que a proximidade beneficia politicamente o tucano, em vez de projetos petistas

Presidente voltará a São Paulo para anunciar investimento de R$ 1,7 bilhão nas obras do Rodoanel


Roberto Stuckert Filho 18.ago.2011/PR
Alckmin ao lado de Dilma na assinatura de acordo para
o programa Brasil sem Miséria


CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA

Para desconforto da bancada estadual do PT, a presidente Dilma Rousseff anuncia, na terça-feira, um investimento federal de R$ 1,7 bilhão nas obras do trecho norte do Rodoanel de São Paulo.
A relação de Dilma com o tucanato está causando incômodo entre integrantes do partido. Será a segunda vez em menos de um mês que a presidente vai ao Palácio dos Bandeirantes para atos oficiais ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
No dia 18 de agosto, a sede do governo paulista foi palco da assinatura do pacto dos Estados do Sudeste do plano Brasil sem Miséria, com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Reunidos na última terça-feira, deputados petistas reclamaram de Alckmin ser o maior beneficiário político dos investimentos federais no Estado, em prejuízo dos projetos eleitorais do PT.
A avaliação é que, no cenário nacional, Dilma colhe os dividendos. Já em São Paulo, é o PSDB que se beneficia politicamente da relação.
"Não conseguimos capitalizar 30% dos investimentos do governo federal em São Paulo. No nível local, quem capitaliza é o governo do Estado", disse o líder da bancada do PT-SP, Enio Tatto.
Tatto afirma que a relação mais afinada entre Dilma e Alckmin _ na comparação à existente entre o ex-presidente Lula e o ex-governador José Serra, impõe dificuldades para a oposição no Estado: "Exige maior criatividade".
Como o tucano dá sinais que tentará a reeleição, petistas acham que Dilma, indiretamente, o fortalece.
A reunião dos petistas ocorreu um dia após o anúncio de outra parceria - no Ferroanel.
"Essa relação esvazia nosso discurso. Fazemos oposição sozinhos aqui", queixou-se o deputado estadual Simão Pedro (PT-SP).
Alckmin também negocia com o governo federal a adesão ao Samu (programa do Ministério da Saúde para atendimento de emergência) e maior participação no Minha casa, Minha Vida.
O presidente estadual do PT, deputado Edinho Silva, foi uma das raras vozes em defesa de Dilma durante a reunião. "Ela está certa. Sectarizar cria um ambiente favorável só para oposição".


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