São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2010

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Serra não deve usar tom agressivo em confronto na TV

Tucano foi orientado a não repetir tática de Alckmin, que atacou Lula em debate em 2006 e foi mal avaliado

Perguntas devem versar sobre temas de gestão, e polêmicas serão usadas em réplicas; tucano leva defesa de privatizações

CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO

Nada disposto a repetir a experiência de 2006, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, deverá evitar investidas agressivas hoje no primeiro debate com a adversária petista Dilma Rousseff.
Segundo integrantes do comando da campanha de Serra, o candidato reservará seus comentários mais ácidos para respostas e réplicas.
Mas não deverá reproduzir a estratégia de 2006, quando, instado pelo PSDB, Geraldo Alckmin partiu para o ataque no debate com o presidente Lula -e teve sua performance mal avaliada.
Como o adversário fica com a última palavra nos confrontos diretos, Serra deverá evitar perguntas agressivas para Dilma.
Serra não deixará de abordar temas polêmicos, como denúncias de tráfico de influência na Casa Civil e loteamento de cargos no governo, mas as críticas serão diluídas ao longo de suas respostas.
Deve concentrar seus questionamentos em áreas que considera falhas no governo - como saneamento, resultado negativo do Banco Central e deficiências do programa de habitação.

PRIVATIZAÇÕES
Serra também reuniu material para se defender em temas como privatizações. Vai apontar benefícios da saída do Estado de setores como telefonia e siderurgia.
A equipe do tucano aposta no formato do debate como um ingrediente favorável.
Como o tempo destinado a respostas e réplicas é de dois minutos, tucanos acreditam que essa seja a oportunidade de Serra para mostrar maior preparo e domínio técnico.
Os dois ficarão frente a frente no estúdio e devem interagir cerca de 40 vezes ao longo do debate, um formato bem diferente dos confrontos do primeiro turno.
Os tucanos torcem para que, nervosa diante da maior exposição, Dilma cometa deslizes nas respostas.
A ideia do comando serrista é se valer do modelo do debate -mais longo e com tempo equânime para cada um falar- para explorar temas áridos e, assim, poder explicar melhor suas propostas para várias áreas.
Além de estudar conteúdo e exercitar o tempo de suas respostas, Serra deverá ser submetido a massagem hoje. O candidato também deverá preservar a garganta para o embate, que começa às 22h.
Serra deve aproveitar o encontro da Band para cobrar de Dilma participação em todos os outros debates previstos para o segundo turno.
Na fase inicial da campanha, a petista foi a seis encontros: Band, Folha/UOL, Folha/ Rede TV!, emissoras católicas, Record e Globo.
A Folha e o UOL fizeram convite para debate no dia 21.


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