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TCU quer parar
obras que Lula mandou seguir
Petrobras diz já ter mostrado ao TCU que não há cobrança de
preço acima do mercado
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
Sobrepreços que podem
gerar um prejuízo de R$ 2,7
bilhões levaram o TCU (Tribunal de Contas da União) a
recomendar ao Congresso a
paralisação das obras das refinarias Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco, ambas
da Petrobras.
Elas tinham essa recomendação no ano passado por
conta de sobrepreços em outros contratos. Mesmo assim,
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva determinou que os
trabalhos continuassem.
Agora o TCU, além de dizer
que problemas antigos persistem, aponta irregularidades em contratos novos.
Em nota, a Petrobras nega
problemas. A estatal afirma
que já demonstrou ao TCU
que não há cobrança de preço acima do mercado, mas
divergência de parâmetros.
Para a petroleira, os critérios do tribunal não se aplicam a obras de refinaria de
petróleo, complexas e com
especificidades próprias.
No total, são 32 obras com
recomendação de paralisação -18 são do PAC. Foram
fiscalizadas 231 obras e 9 passaram pelo crivo do tribunal.
Nas outras 222, houve irregularidade. Em 190 delas, o
problema não justifica a paralisação. Mas o Congresso
pode incluir ou retirar obras
na lista de paralisações.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido
Vaccarezza (PT-SP) disse ser
contra paralisar obras só com
indícios de irregularidades.
O ministro de Relações
Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a Comissão de Orçamento ainda pode rever a decisão do TCU, e o
governo poderá apresentar
novos argumentos.
Em 2009, o presidente Lula vetou o trecho da Lei Orçamentária que definia que a
Abreu e Lima e a Repar, além
de obras da Refinaria do
Comperj (RJ) e o Terminal de
Porto do Riacho (ES), deixassem de receber recursos.
Ontem o ministro Benjamin Zymler, relator no TCU,
afirmou que a intenção do órgão não é parar as obras e
que o governo vem adotando
medidas preventivas que reduziram a quantidade de
obras paralisadas.
Colaboraram MARIA CLARA CABRAL e
GABRIELA GUERREIRO , de Brasília
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