São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2010

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TCU quer parar obras que Lula mandou seguir

Petrobras diz já ter mostrado ao TCU que não há cobrança de preço acima do mercado

DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

Sobrepreços que podem gerar um prejuízo de R$ 2,7 bilhões levaram o TCU (Tribunal de Contas da União) a recomendar ao Congresso a paralisação das obras das refinarias Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco, ambas da Petrobras.
Elas tinham essa recomendação no ano passado por conta de sobrepreços em outros contratos. Mesmo assim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que os trabalhos continuassem.
Agora o TCU, além de dizer que problemas antigos persistem, aponta irregularidades em contratos novos. Em nota, a Petrobras nega problemas. A estatal afirma que já demonstrou ao TCU que não há cobrança de preço acima do mercado, mas divergência de parâmetros.
Para a petroleira, os critérios do tribunal não se aplicam a obras de refinaria de petróleo, complexas e com especificidades próprias. No total, são 32 obras com recomendação de paralisação -18 são do PAC. Foram fiscalizadas 231 obras e 9 passaram pelo crivo do tribunal.
Nas outras 222, houve irregularidade. Em 190 delas, o problema não justifica a paralisação. Mas o Congresso pode incluir ou retirar obras na lista de paralisações.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) disse ser contra paralisar obras só com indícios de irregularidades.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a Comissão de Orçamento ainda pode rever a decisão do TCU, e o governo poderá apresentar novos argumentos.
Em 2009, o presidente Lula vetou o trecho da Lei Orçamentária que definia que a Abreu e Lima e a Repar, além de obras da Refinaria do Comperj (RJ) e o Terminal de Porto do Riacho (ES), deixassem de receber recursos.
Ontem o ministro Benjamin Zymler, relator no TCU, afirmou que a intenção do órgão não é parar as obras e que o governo vem adotando medidas preventivas que reduziram a quantidade de obras paralisadas.


Colaboraram MARIA CLARA CABRAL e GABRIELA GUERREIRO , de Brasília


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