São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

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PT usa aniversário para negar mensalão

Ex-presidente Lula chama escândalo de "campanha infame'; Dirceu diz querer ser julgado antes de crimes prescreverem

Processo deverá ser julgado este ano pelo STF; presidente Dilma esteve presente só no final da comemoração

DE BRASÍLIA

A tentativa de negar a existência do mensalão marcou a festa de 31 anos do PT.
Foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o principal homenageado do dia, quem sentenciou: "Não houve campanha mais infame contra um partido do que a feita contra o PT em 2005".
Ao seu lado, no palco, estava o ex-ministro José Dirceu, acusado de ser o chefe do esquema.
Mais cedo, ele havia recebido um ato de desagravo durante reunião do Diretório Nacional do partido.
Revelado em junho de 2005, o escândalo de compra de votos de parlamentares em troca de apoio ao governo derrubou o então ministro e dizimou a cúpula do PT da época. Dirceu foi cassado na Câmara dos Deputados.
Também na mesa estava o ex-presidente do PT José Genoino, outro dos réus.
A festa teve o objetivo de dar a Lula seu primeiro palanque político importante após a saída do governo.
A comemoração, realizada no teatro dos bancários, na região central de Brasília, e teve a presença de cerca de 500 pessoas, entre deputados, senadores, ministros e governadores do partido e de siglas aliadas.
A presidente Dilma Rousseff participou apenas da parte final do evento, cantando parabéns pelos 31 anos do PT. Cortou o bolo ao lado de Lula, mas não discursou.
Ainda presidente, Lula disse que iria combater a existência do mensalão após deixar o cargo.

JULGAMENTO
Já Dirceu disse não querer a prescrição dos crimes que constam do processo no STF (Supremo Tribunal Federal).
"Quero ser julgado, não quero que prescreva. Confio no STF, confio na Justiça."
A expectativa é que o processo deve ser julgado pelo Supremo ainda este ano.
Seus aliados fixaram um roteiro de viagens a partir deste mês e falam em encaminhar ao Congresso projeto de anistia de Dirceu, caso ele seja absolvido.
Na reunião do Diretório Nacional, o PT aprovou resolução em que apoia a política fiscal do governo Dilma.

"INDISSOCIÁVEL"
Lula também falou sobre o governo Dilma. Disse que a relação entre a sua gestão e a atual "é indissociável".
"Eu apenas não estou no governo, mas sou governo tanto quanto qualquer companheiro que está no governo. O sucesso da Dilma é o meu sucesso. O fracasso da Dilma é o meu fracasso."
"O que a gente percebe é que essa gente metida a ser formadora de opinião pública não entende nada de psicologia. Porque a minha relação política com a Dilma é indissociável, nos bons e nos maus momentos", disse.
(CATIA SEABRA, RANIER BRAGON, NATUZA NERY E FLÁVIA FOREQUE)


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