São Paulo, sábado, 11 de junho de 2011

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Juiz manda prender primeira-dama e vice de Campinas

Acusados de comandar esquema de desvios e fraudes em licitações na prefeitura, ambos estão foragidos

Justiça decretou prisões depois de a denúncia ter sido formalizada por promotores que apuram suspeitas de desvios

SILVIO NAVARRO
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS (SP)
MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS (SP)

A Justiça de Campinas determinou a prisão da primeira-dama, Rosely Nassim Santos, por acusação de chefiar esquema de desvios de recursos e fraudes em contratos da prefeitura. Ela está foragida.
Além de Nassim, o juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas, Nelson Augusto Bernardes, determinou na noite de anteontem a prisão de mais seis pessoas, entre elas o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), também foragido.
O juiz solicitou que a Polícia Federal bloqueie os passaportes dos dois.
As prisões foram decretadas após denúncia formalizada por promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), que investigam as suspeitas de desvios desde 2009. No total, 22 pessoas foram denunciadas.
Apontada pela Promotoria como mentora do esquema, Nassim é acusada de formação de quadrilha, corrupção passiva e de fraudes à Lei de Licitações. O petista é acusado de formação de quadrilha e corrupção passiva.
"Acreditar que depois de tantos anos, em tese, desviando recursos públicos, agora [...] vão cessar as eventuais atividades criminosas é ser no mínimo ingênuo", afirmou o juiz.
Nassim estava protegida por habeas corpus obtido por seu marido, o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, o dr. Hélio (PDT).
O desembargador do Tribunal de Justiça Amado de Faria afirmou que o habeas corpus só seria válido se o marido também estivesse envolvido, o que foi descartado.
Ontem, o procurador-geral do Estado, Fernando Grella, se reuniu com os promotores de Campinas para avaliar se há indícios de envolvimento do prefeito, o que levaria a investigação -ou parte dela- para outra instância.
"Caso eles detectem indícios ou provas [da participação do prefeito], tomarão medidas para que esses elementos sejam deslocados para a Procuradoria", disse Grella.
O eixo das apurações é o depoimento do ex-presidente da Sanasa (empresa mista de saneamento) Luís Augusto Aquino, que optou pela delação premiada e revelou detalhes do esquema em troca de proteção judicial.
Segundo Aquino, Nassim ficava com parte dos valores dos contratos públicos supostamente desviados. Ela era chefe de gabinete da prefeitura -foi exonerada.

OUTRO LADO
Procurado, o advogado da primeira-dama, Eduardo Carnelós, não ligou de volta. Em entrevistas anteriores, ele negou a participação dela no suposto esquema e disse que o alvo é o prefeito.
As defesas dos outros acusados com prisão decretada informaram que entrarão com pedido de habeas corpus. O advogado Ralph Tórtima Stettinger, que representa o vice, disse que a "prisão não parece coerente".


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