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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Disputa por recursos abre crise PSDB-DEM
Serra minimiza declaração de Rodrigo Maia, de que falta apoio a candidatos, e afirma que "o tititi não acaba"
Integrantes do DEM dizem nos bastidores que os tucanos estão escondendo dinheiro para não ajudar aliados
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO
A dificuldade em partilhar
recursos e material de campanha com aliados nos Estados reacendeu o embate entre a direção do DEM e o comando da campanha à Presidência do tucano José Serra.
Ontem, o tucano minimizou o estrago das declarações do presidente do DEM,
Rodrigo Maia (RJ), segundo
quem Serra não teria cumprido a promessa de ajudar a
campanha ao governo de
Fernando Gabeira (PV), seu
palanque no Rio. "O tititi não
acaba", disse, após evento
em São Bernardo do Campo.
Desafeto de Serra há anos,
Maia recuou após a intervenção de "bombeiros": "Não há
crise nem briga. O que há é
muita fofoca". Aliados tentavam agendar um encontro
entre eles, hoje, no Rio, onde
Serra participará de entrevista no "Jornal Nacional".
"É o momento de nós,
mais do que nunca, colocarmos um ponto final nisso.
Chega de sobressaltos", afirmou Ronaldo Caiado (DEM-GO), que ponderou: "Mas
que há falha na distribuição
de material, isso é verdade".
Embora a queixa seja generalizada, o coordenador da
campanha tucana, Sérgio
Guerra (PE), rechaçou que o
cofre esteja no vermelho.
"Não está faltando dinheiro.
O que acontece é que está sobrando na campanha do PT."
A planilha de doações
comprometidas do PSDB ultrapassa R$ 16 milhões. O comitê de Serra, entretanto, declarou à Justiça Eleitoral na
primeira parcial que o montante efetivamente pago é de
R$ 3,6 milhões. Outros R$ 5,4
milhões estão nas mãos do
Diretório Nacional para abastecer palanques estaduais.
DESCONFIANÇA NO DEM
No DEM, os números foram vistos com desconfiança. Integrantes do partido
suspeitam que os tucanos estariam omitindo cifras para
evitar pedidos de aliados.
Além disso, surgiram críticas internas de que o prefeito
de Gilberto Kassab (DEM-SP)
estaria pedindo a potenciais
doadores, especialmente
empreiteiras, que priorizassem a disputa presidencial.
Oficialmente, o Diretório
Nacional juntou R$ 2,7 milhões. "Esse dinheiro é para
os candidatos do DEM", disse o tesoureiro nacional da sigla, Saulo Queiroz.
Segundo aliados, Maia
também reclama de isolamento imposto por Serra,
que tem Kassab e o ex-senador Jorge Bornhausen (SC)
como interlocutores no DEM.
Colaboraram BRENO COSTA e EVANDRO
SPINELLI, de São Paulo
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