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Lula cria "agenda positiva" e se casa a discurso de Dilma
Mantega compara dados com a era FHC, e Márcia Lopes fala do Bolsa Família
Governo também
colocou dois ministros e
um diretor do Inpe para
divulgar dados sobre a
diminuição no desmate
DE BRASÍLIA
O governo federal está produzindo uma sequência de
"agendas positivas" que se
enquadra no discurso de Dilma Rousseff (PT) e é usada
por ela em sua campanha.
Ontem os ministros Guido
Mantega (Fazenda) e Márcia
Lopes (Desenvolvimento Social) evidenciaram a estratégia. O primeiro divulgou panorama da economia que
contrasta a atual gestão com
a do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Já Lopes apresentou estudo sobre a "melhora significativa" na vida das famílias
assistidas pelo Bolsa Família.
Mantega participou da divulgação dos dados pela primeira vez e repetiu diversas
vezes que os números são os
melhores dos últimos anos.
Logo no primeiro slide de
apresentação foi feita a comparação do crescimento médio do PIB no segundo governo FHC (1,7%), no governo
Lula até 2009 (3,6%) e o projetado de 2010 a 2014, de
5,7%. Outro slide diz que,
após décadas de estagnação,
o PIB per capita volta a crescer, frase bastante repetida
por Dilma na campanha.
Ontem a divulgação foi estampada no site do PT e na
página oficial de campanha
de Dilma sob o título "crescimento econômico dobrou
durante o governo Lula".
Na divulgação do Ministério do Desenvolvimento Social, apresentou-se estudo
comparativo entre 11 mil famílias com condições socioeconômicas parecidas. Segundo o levantamento, o
grupo que recebe Bolsa Família apresentou maiores taxas de matrícula escolar (4,4
pontos percentuais) e de vacinação (15 pontos). O estudo
anterior era de 2005.
Na quinta, antes e durante
o primeiro debate televisivo
da campanha, Dilma se utilizou amplamente dos dados
divulgados horas antes pelo
Ministério do Trabalho relativos à criação de 1,766 milhão
de empregos formais no país,
em 2009. A divulgação desses dados normalmente só
ocorre a partir de setembro.
Ainda sobre o debate, a
acusação de Serra de que o
governo discrimina as Apaes
(Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais) levou o
Ministério da Educação a publicar em seu site, no dia seguinte, uma nota apontando
repasse de R$ 293 milhões
neste ano às instituições.
O governo também colocou anteontem dois ministros e um diretor do Inpe para
divulgar dados preliminares
sobre queda recorde no desmatamento na Amazônia,
ação inusual para esse tipo
de dado, que geralmente é
postados no site do Inpe.
As "ações casadas" entre
Planalto e campanha começaram em abril, quando Dilma iniciou sua pré-campanha. Na ocasião, ela passou a
defender uma mobilização
contra o crack, medida que
efetivamente se transformou
em programa oficial de governo 40 dias depois.
(RANIER BRAGON, JULIANNA SOFIA, MÁRIO
SÉRGIO LIMA, LARISSA GUIMARÃES e
MÁRCIO FALCÃO)
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