São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Marina nega conivência com mensalão

Ao "JN", senadora afirma que criticou o PT e decidiu ficar na sigla por achar que poderia contribuir com governo

Questionada sobre a falta de apoio à sua candidatura, Marina diz que vai servir de ponte entre petistas e tucanos


DE SÃO PAULO

Segunda presidenciável a passar pelo ciclo de entrevistas do "Jornal Nacional", da Globo, a senadora Marina Silva (PV) negou ontem conivência com o mensalão e disse que ficou no PT após a crise por achar que poderia contribuir dentro do governo.
"Eu sempre dizia que aquilo [o mensalão] era condenável e que deveriam ser punidos todos os que praticaram irregularidades", afirmou Marina. "Eu não tinha ninguém para me dar audiência e potencializar minha voz."
Em janeiro de 2006, no entanto, a Folha, ao entrevistar Marina, fez duas perguntas sobre eventual saída do PT. A senadora limitou-se a dizer que os "erros do PT têm que ser julgados pela sociedade e pela Justiça" e que os militantes do PT não poderiam "pagar pelo erro de alguns".
O tema do mensalão não foi abordado anteontem, com Dilma Rousseff (PT), mas dominou mais de um terço da entrevista com Marina. O apresentador William Bonner chegou a pedir 30 segundos de acréscimo para insistir na questão.
Tanto Bonner quanto Fátima Bernardes, porém, tiveram dificuldades para interromper a senadora. Aparentando mais calma que Dilma, a candidata verde dominou a entrevista ao não parar de falar durante suas respostas.
O casal de entrevistadores falou por 3min15s. Na entrevista com Dilma, Bonner e Fátima falaram por 3min50s.
Já na primeira pergunta, em que foi questionada sobre ambiente, mudou da temática ambiental para as outras áreas que pretendia citar, como educação e saúde.
Questionada sobre a falta de apoio de outros partidos, ela disse que ser positivo, pois seria mais fácil formar base para governar. Segundo ela, Fernando Henrique e Lula ficaram "reféns do fisiologismo" do PFL (atual DEM) e do PMDB, respectivamente.
A verde também insistiu em um tema que tem sido bastante citado: a alegada capacidade de servir de ponte "entre quem não conversa". "É preciso acabar com a oposição pela oposição e a situação pela situação", disse.
Temas ligados a costumes, em geral mais espinhosos para a candidata, ficaram de fora da entrevista, que teve audiência de 5,2 milhões de espectadores na Grande São Paulo (a de Dilma foi de 5,9 milhões). Amanhã José Serra (PSDB) será entrevistado.


Texto Anterior: Televisão: Plínio terá entrevista de três minutos no "Jornal Nacional"
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.