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Marina nega conivência com mensalão
Ao "JN", senadora afirma que criticou o PT e decidiu ficar na sigla por achar que poderia contribuir com governo
Questionada sobre a falta de apoio à sua candidatura, Marina diz que vai servir de ponte entre petistas e tucanos
DE SÃO PAULO
Segunda presidenciável a
passar pelo ciclo de entrevistas do "Jornal Nacional", da
Globo, a senadora Marina
Silva (PV) negou ontem conivência com o mensalão e disse que ficou no PT após a crise por achar que poderia contribuir dentro do governo.
"Eu sempre dizia que aquilo [o mensalão] era condenável e que deveriam ser punidos todos os que praticaram
irregularidades", afirmou
Marina. "Eu não tinha ninguém para me dar audiência
e potencializar minha voz."
Em janeiro de 2006, no entanto, a Folha, ao entrevistar
Marina, fez duas perguntas
sobre eventual saída do PT. A
senadora limitou-se a dizer
que os "erros do PT têm que
ser julgados pela sociedade e
pela Justiça" e que os militantes do PT não poderiam
"pagar pelo erro de alguns".
O tema do mensalão não
foi abordado anteontem,
com Dilma Rousseff (PT),
mas dominou mais de um
terço da entrevista com Marina. O apresentador William
Bonner chegou a pedir 30 segundos de acréscimo para insistir na questão.
Tanto Bonner quanto Fátima Bernardes, porém, tiveram dificuldades para interromper a senadora. Aparentando mais calma que Dilma,
a candidata verde dominou a
entrevista ao não parar de falar durante suas respostas.
O casal de entrevistadores
falou por 3min15s. Na entrevista com Dilma, Bonner e
Fátima falaram por 3min50s.
Já na primeira pergunta,
em que foi questionada sobre
ambiente, mudou da temática ambiental para as outras
áreas que pretendia citar, como educação e saúde.
Questionada sobre a falta
de apoio de outros partidos,
ela disse que ser positivo,
pois seria mais fácil formar
base para governar. Segundo
ela, Fernando Henrique e Lula ficaram "reféns do fisiologismo" do PFL (atual DEM) e
do PMDB, respectivamente.
A verde também insistiu
em um tema que tem sido
bastante citado: a alegada
capacidade de servir de ponte "entre quem não conversa". "É preciso acabar com a
oposição pela oposição e a situação pela situação", disse.
Temas ligados a costumes,
em geral mais espinhosos para a candidata, ficaram de fora da entrevista, que teve audiência de 5,2 milhões de espectadores na Grande São
Paulo (a de Dilma foi de 5,9
milhões). Amanhã José Serra
(PSDB) será entrevistado.
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