São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2011

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Marta diz que prisão de aliado pode prejudicar sua candidatura

Sergio Lima/Folhapress
Senadores Pedro Simon e Marta Suplicy discutem durante votação da proposta que altera a tramitação de medidas provisórias no Congresso

CATIA SEABRA
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) reconheceu ontem a aliados que a prisão de um ex-assessor durante a Operação Voucher da Polícia Federal provoca desgaste na sua candidatura à Prefeitura de São Paulo.
Para Marta, a detenção de Mário Moysés, que foi seu assessor na Prefeitura de São Paulo e chefe de gabinete quando ela era ministra do Turismo, entre 2007 e 2008, poderá ser explorada eleitoralmente. "Vamos esperar baixar a poeira. Se já estava difícil antes, imagine agora. Vão explorar à vontade", afirmou a senadora.
A avaliação de Marta sobre os efeitos que a operação da Polícia Federal poderá ter sobre sua candidatura combina com a análise de petistas.
Eles consideram que a senadora está fragilizada no momento em que precisa reunir forças para enfrentar a preferência declarada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad.
Abalada, Marta Suplicy chegou a chorar ontem, no café do Senado.
Ela reclamou da divulgação da informação de que teria se escondido no banheiro para evitar falar com jornalistas sobre a prisão de Moysés, na terça-feira.

"INACEITÁVEL"
Marta -que anteontem fez declarações à Folha em defesa do ex-assessor- disse que o relato de que ela havia tentado fugir da imprensa é "inaceitável", arranha sua imagem e não condiz com seu estilo "aguerrido".
A ex-ministra do Turismo protestou na Tribuna da Senado, dizendo-se indignada com a "forma desrespeitosa" com que foi tratada.
Em discurso, a senadora disse que foi ao banheiro "após horas presidindo a sessão do Senado".
"Não fui me esconder no banheiro; fui porque havia uma necessidade de ir ao banheiro. Então, dizer que fui me esconder é inaceitável", queixou-se ela.
A senadora acrescentou: "Quando saí, havia dez jornalistas, para a minha surpresa, pois não tinha visto jornalista quando fui ao banheiro. E fui perguntada sobre acontecimentos acerca dos quais eu já tinha me manifestado para a primeira jornalista que me abordou".
No fim da tarde de terça-feira, Marta se recusou a falar mais uma vez sobre a prisão de Moysés, alegando que não tinha "nada a acrescentar" ao que havia sido publicado na Folha.com.
"Então, simplesmente, disse que não iria mais falar sobre o assunto, porque já tinha me manifestado e não sabia do que se tratava", justificou Marta.


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