São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

PF prende o governador do Amapá e o seu antecessor

Outras 16 pessoas, entre políticos e empresários, também foram detidas

Presos são suspeitos de participar de esquema de desvio de recursos federais no Estado que pode atingir R$ 200 mi


DO ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ
DE SÃO PAULO
DE MANAUS

A Polícia Federal prendeu ontem em Macapá o atual e o ex-governador do Amapá -Pedro Paulo Dias (PP), que concorre à reeleição, e Waldez Góes (PDT), candidato ao Senado, respectivamente- e mais 16 pessoas, entre empresários e políticos.
Eles são suspeitos de participar de esquema de desvio de recursos federais que pode chegar a R$ 200 milhões. Também está presa a primeira-dama Denise Carvalho -também secretária da Inclusão e Mobilização Social.
Em fevereiro, a Folha revelou que o Ministério Público do Estado protocolou ação de improbidade administrativa contra o então secretário da Educação, José Adauto Bitencourt, e outras 12 pessoas.
A PF não revelou os nomes de todos os presos nem informou o papel de cada um deles no esquema, sob alegação de segredo de Justiça. A PF apreendeu R$ 1 milhão, cinco veículos (Ferrari, Maserati, duas Mercedes e um Mini Cooper) e duas armas.
Segundo a PF, as investigações começaram em agosto de 2009 e revelaram indícios de um esquema de desvio de recursos da União repassados à Secretaria de Educação do Estado, provenientes do Fundeb e Fundef.
A peça-chave do esquema, disse o Ministério Público, era José Adauto Bitencourt, ex-secretário de Educação, que tinha sido antes coordenador de campanha de Góes.
A partir dos problemas encontrados na Educação, a investigação apontou indícios de irregularidades em outros oito órgãos: Tribunal de Contas do Estado, Assembleia Legislativa, Prefeitura de Macapá, quatro secretarias de Estado e Instituto de Administração Penitenciária.

MANDADOS
Ontem, durante a operação Mãos Limpas, foram cumpridos 18 mandados de prisão, 87 mandados de condução coercitiva e 94 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça.
Entre as 87 pessoas ouvidas estavam o presidente da Assembleia, Jorge Amanajás (PSDB), e o prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT), primo do ex-governador Góes.
Roberto Góes acabou preso pela PF por não exibir porte de armas, mas pagou fiança de R$ 1.200 e foi liberado.
Assumiu o governo interinamente o presidente do Tribunal do Justiça do Amapá, Dôglas Evangelista Ramos, 67, já que o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Amanajás, concorre ao governo do Estado e não pode assumir o cargo. (JOÃO CARLOS MAGALHÃES, JEAN-PHILIP STRUCK e KÁTIA BRASIL)



Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: Outro lado: Governo afirma que colabora com apuração
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.