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PF prende o governador do Amapá e o seu antecessor
Outras 16 pessoas, entre políticos e empresários, também foram detidas
Presos são suspeitos de participar de esquema de desvio de recursos federais no Estado que pode atingir R$ 200 mi
DO ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ
DE SÃO PAULO
DE MANAUS
A Polícia Federal prendeu
ontem em Macapá o atual e o
ex-governador do Amapá
-Pedro Paulo Dias (PP), que
concorre à reeleição, e Waldez Góes (PDT), candidato ao
Senado, respectivamente- e
mais 16 pessoas, entre empresários e políticos.
Eles são suspeitos de participar de esquema de desvio
de recursos federais que pode chegar a R$ 200 milhões.
Também está presa a primeira-dama Denise Carvalho
-também secretária da Inclusão e Mobilização Social.
Em fevereiro, a Folha revelou que o Ministério Público do Estado protocolou ação
de improbidade administrativa contra o então secretário
da Educação, José Adauto Bitencourt, e outras 12 pessoas.
A PF não revelou os nomes
de todos os presos nem informou o papel de cada um deles no esquema, sob alegação de segredo de Justiça. A
PF apreendeu R$ 1 milhão,
cinco veículos (Ferrari, Maserati, duas Mercedes e um Mini Cooper) e duas armas.
Segundo a PF, as investigações começaram em agosto de 2009 e revelaram indícios de um esquema de desvio de recursos da União repassados à Secretaria de
Educação do Estado, provenientes do Fundeb e Fundef.
A peça-chave do esquema,
disse o Ministério Público,
era José Adauto Bitencourt,
ex-secretário de Educação,
que tinha sido antes coordenador de campanha de Góes.
A partir dos problemas encontrados na Educação, a investigação apontou indícios
de irregularidades em outros
oito órgãos: Tribunal de Contas do Estado, Assembleia
Legislativa, Prefeitura de Macapá, quatro secretarias de
Estado e Instituto de Administração Penitenciária.
MANDADOS
Ontem, durante a operação Mãos Limpas, foram
cumpridos 18 mandados de
prisão, 87 mandados de condução coercitiva e 94 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça.
Entre as 87 pessoas ouvidas estavam o presidente da
Assembleia, Jorge Amanajás
(PSDB), e o prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT), primo do ex-governador Góes.
Roberto Góes acabou preso pela PF por não exibir porte de armas, mas pagou fiança de R$ 1.200 e foi liberado.
Assumiu o governo interinamente o presidente do Tribunal do Justiça do Amapá,
Dôglas Evangelista Ramos,
67, já que o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge
Amanajás, concorre ao governo do Estado e não pode
assumir o cargo.
(JOÃO CARLOS MAGALHÃES, JEAN-PHILIP STRUCK e
KÁTIA BRASIL)
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