São Paulo, domingo, 11 de setembro de 2011

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Economistas se dividem sobre impacto no país

DE SÃO PAULO

Críticos e defensores da recente decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros concordam que a crise externa afetará de alguma forma a economia brasileira, mas enfatizam aspectos diferentes da conjuntura econômica atual ao compará-la com a observada em 2008.
O primeiro grupo ressalta que o impacto da crise atual ainda não está muito claro, embora os fatores que têm contribuído para a alta da inflação permaneçam no ar.
Reajustes salariais acima da inflação como os obtidos recentemente por várias categorias de trabalhadores continuam sendo uma fonte de preocupação importante.
O aumento do salário mínimo já contratado para 2012 (acima de 13%) também é citado como risco para a inflação, já que ajudará a manter a demanda aquecida e influenciará correções de outros preços na economia.
"Nos próximos anos, o crescimento se manterá próximo de 4% e a economia próxima do pleno emprego. O resultado continuará sendo salários reais crescendo, com ameaça muito concreta para a inflação", argumenta o economista Sérgio Vale, da consultoria MB Associados.
Para o economista Fernando Cardim, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), está claro que a crise nos países desenvolvidos é grave, se acentuou nos últimos meses e será duradoura.
Cardim afirma que os preços de commodities -que nos últimos meses contribuíram bastante para pressionar a inflação no Brasil- começaram a ceder recentemente.
"A crise externa se agravou e isso vai ter impacto negativo sobre a economia brasileira", afirmou o economista. "A intensidade do choque será maior ou menor dependendo do que acontecer com a economia chinesa."
Um ponto de concordância entre defensores e críticos do BC é que, provavelmente, será preciso esperar alguns meses até que fique claro se a decisão do Banco Central de começar a reduzir juros agora foi acertada ou não. (EF)


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