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Eduardo Cunha vai a templos defender Dilma contra boatos
Campanha de petista escala aliados para percorrer igrejas no RJ
PEDRO SOARES
ANNA CAROLINA CARDOSO
DO RIO
Para tentar estancar a perda de votos entre os evangélicos, a campanha de Dilma
Rousseff (PT) escalou aliados
para percorrerem igrejas no
Rio de Janeiro.
Ontem e anteontem, os deputados federais Eduardo
Cunha (PMDB) e Felipe Pereira (PSC) visitaram templos da
Assembleia de Deus, denominação com o maior número de fiéis no país.
Cunha, que é da igreja Sara Nossa Terra, disse ontem
em Madureira (zona norte da
cidade) que a petista é contra
o aborto e que informações
que circulam na internet
"não passam de uma onda de
boatos plantados pelos adversários".
Reeleito com 150 mil votos, ele é um dos parlamentares mais influentes do PMDB,
e próximo do candidato a vice de Dilma, Michel Temer.
Cunha afirmou que a campanha do PSDB também está
distribuindo panfletos apócrifos para vincular a imagem de Dilma à legalização
do casamento entre pessoas
do mesmo sexo. "Não podemos basear nosso voto numa
mentira", afirmou o deputado no templo.
Na noite de anteontem, em
Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), Cunha havia dito aos
fiéis que é "importante que,
sabendo da verdade, possamos decidir". Fez também
uma citação bíblica: "Conhecereis a verdade, e a verdade
vos libertará".
O deputado negou que a
candidata do PT tenha dito
que "nem Jesus Cristo me tira
essa vitória" -frase atribuída a Dilma na internet. "Se
aparecer uma gravação dela
dizendo isso, eu até mudo
meu voto."
Ainda ontem, Cunha iria a
mais dois cultos nas zonas
norte e oeste do Rio.
"MISSÃO"
O pastor Abner Ferreira,
que presidiu o culto em Madureira, ressaltou que a discussão política faz parte da
"missão" do "povo de Deus",
e orientou os fiéis a votarem
em Dilma. "Não podemos
deixar que esses boatos, essas mentiras, atrapalhem."
Ferreira disse que foi o presidenciável José Serra
(PSDB), quando ministro da
Saúde, que permitiu o atendimento no SUS de casos de
abortos permitidos em lei.
"O Plano Nacional de Direitos Humanos, de que tanto tem se falado, teve suas
duas primeiras versões no
governo de Fernando Henrique". afirmou o pastor.
Houve quem declarasse
não estar convencido. Os irmãos Eder e Eduardo, diáconos do templo e que preferiram não revelar o sobrenome, disseram ter votado em
Marina Silva (PV) no primeiro turno e estar ainda indecisos para o segundo.
Em Nova Iguaçu, o vendedor Anderson Torino, 20, disse que vai seguir a orientação
de Marina. "Se ela ficar neutra, eu vou votar nulo."
Ele disse não achar "saudável" que os pastores declarem seus votos. "É errado a
igreja apoiar Dilma, influencia o voto de muita gente."
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