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Governo argentino reage a crítica da SIP
País tinha sido citado entre os que propõem regular a mídia com o objetivo de cercear a liberdade de expressão
Argentina afirma que se considera "privilegiada" por ser "destratada" ao lado de governos como Venezuela e Bolívia
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
O governo argentino aproveitou um evento do Palácio
do Planalto para rebater o
manifesto da SIP (Sociedade
Interamericana de Imprensa) que citou o país entre os
que propõem regular o funcionamento da mídia para
"controlar e restringir o livre
fluxo das informações".
Na tentativa de desqualificar a denúncia, o diretor de
Supervisão e Fiscalização da
Afsca (órgão federal de fiscalização e controle do audiovisual argentino), Gustavo Bulla, disse que a SIP- entidade sem fins lucrativos dedicada a defender a liberdade
de expressão nas Américas-
deve ser tratada como associação de donos de jornais
que defendem seus negócios.
"A SIP não tem representatividade para fazer recomendações a governos sobre direitos humanos e de expressão", disse. E acrescentou:
"A Argentina se considera
privilegiada por ser destratada com outros governos democráticos", referindo-se a
Venezuela, Nicarágua e Bolívia, também citadas pela SIP.
A Folha não conseguiu localizar o presidente da SIP.
Bulla foi aplaudido por
sindicalistas e representantes de ONGs, que participaram do Seminário Internacional sobre Convergência
das Mídias, organizado pelo
ministro da Comunicação
Social, Franklin Martins.
A Unesco, braço da ONU,
concordou com a SIP que a
Argentina "está indo contra a
liberdade de expressão" ao
usar a regulação da mídia para atacar o grupo "Clarín".
"Quando o governo usa isso contra um grupo em particular não se pode ter concordância de que o processo está
sendo legítimo", afirmou
Toby Mendel, consultor internacional da entidade.
BALANÇO
Por dois dias, representantes de agências reguladoras
de vários países expuseram
seus sistemas de regulação.
França, Portugal, Espanha
e Reino Unido declararam
exercer controle sobre o conteúdo veiculado pelas emissoras de rádio e TV. Portugal
também controla o conteúdo
dos veículos impressos.
Essas agências analisam a
programação e podem aplicar multas ou advertência se
considerarem que veículos
feriram regras como o direito
à privacidade. Consideram
que não é censura porque a
análise é após a exibição.
Franklin disse que o governo estuda criar agência para
regular conteúdo. Para ele, o
evento mostrou que "regular
conteúdo não é bicho de sete
cabeças nem censura".
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