São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2010

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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO

Padilha afirma que teve sua assinatura falsificada em ofício

Recomendação supostamente avalizada pelo ministro facilitou liberação de verba do Turismo para entidade

Dados como número de identidade, telefone e e-mail do ministério estariam incorretos e comprovariam fraude

André Coelho/Agência O Globo
Alexandre Padilha, ministro cotado para fazer parte do governo de Dilma Rousseff

DE BRASÍLIA

Orientado por Dilma Rousseff a dar uma resposta rápida à acusação de que teria ajudado uma entidade a receber dinheiro público, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) teve de se explicar sobre ofício com sua assinatura que facilitou a liberação de verbas do Ministério do Turismo.
Ao negar que tenha assinado o documento, reproduzido pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Padilha afirmou que o ofício é uma "fraude", com "evidências grosseiras" de falsificação.
O ministro admite que a assinatura digital é sua, mas diz que foi ela escaneada da internet -já que tem o hábito de assinar eletronicamente convites e documentos.
Outras informações presentes, como o seu número de identidade, telefone e e-mail da secretaria, também estão incorretas, o que comprovaria a montagem.
"Não assinei essa declaração e quero saber quem fraudou, quem montou um documento com a assinatura de um ministro de Estado."
A Folha apurou que a notícia não tirou de Padilha a cotação para futuro ministério. Na equipe de transição, a avaliação é que o documento, com tantas falhas, não é evidência de irregularidade.
O caso pode, porém, ser usado como desculpa para deixá-lo no atual cargo. Dilma resistia a colocá-lo na Saúde por considerar seu perfil político demais para a área, que deseja técnica.
Padilha determinou a abertura de sindicância interna para investigar a montagem do documento. Ele também pediu à Polícia Federal que apure o caso.
De acordo com o jornal, Padilha assinou carta usada pelo Inbrasil (Instituto de Arte, Esporte, Cultura e Lazer) como espécie de "apresentação" para conseguir a liberação de mais de R$ 3 milhões do Ministério do Turismo.
A entidade, que seria fantasma, teria negociado intermediação de convênios sem licitação com o governo federal para a realizar eventos. Padilha disse que cabe ao Turismo explicar por que aceitou uma carta falsificada.
Depois das denúncias, o ministério decidiu suspender todos os convênios com a Inbrasil e "eventuais pagamentos" a ela ainda não feitos.
Também ficaram proibidas assinaturas de novos convênios com entidades sem fins lucrativos para a realização de eventos. O ministério ainda abriu sindicância para "apurar responsabilidades" pela aceitação do documento .
Em nota, o ministério afirmou que o cadastramento de entidades a partir de apresentação de documentação formal "é parte do processo preliminar de habilitação" para que essas entidades recebam recursos de emendas.


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