São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011 |
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Planalto ameaça aliado que não votar mínimo de R$ 545 Governo exige fidelidade e fala em retaliar dissidentes a favor de valor superior "O governo não abrirá mão do valor", afirma Vaccarezza; oposição tenta conquistar votos para proposta de R$ 560 RANIER BRAGON MARIA CLARA CABRAL VALDO CRUZ DE BRASÍLIA O governo vai exigir fidelidade na votação do salário mínimo, marcada para a próxima quarta na Câmara, ameaçando punir deputados que votarem em valores superiores aos R$ 545 e considerando-os "dissidentes". A inflação oficial de 5,9% em 2010, a maior em seis anos, foi decisiva na decisão da presidente Dilma Rousseff de não aceitar negociar um valor maior, ainda que R$ 550, como chegou a ser cogitado pelo governo. Depois de reunião com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, Dilma fez chegar aos aliados no Congresso recado de que não aceita perder o controle da inflação no seu primeiro ano de mandato. "Quem votar contra os R$ 545 será considerado dissidente, pois essa fórmula já garante um ganho real para os trabalhadores", disse ontem o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP). "O governo não abrirá mão desse valor. Com um anúncio de cortes da ordem de R$ 50 bilhões seria irresponsabilidade dar um aumento maior." O principal temor é que seus aliados ajudem a aprovar um mínimo de R$ 560. O valor foi articulado pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que inicialmente brigava por R$ 580. O PSDB, na hora da votação, vai defender R$ 600, por ser bandeira do candidato derrotado à Presidência José Serra, mas centrará fogo mesmo nos R$ 560. DEM, PV e PDT também já declararam oficialmente apoio a esse valor. E eles acreditam que contarão com votos do PT e PMDB, entre outros aliados. "Não é um absurdo o que estamos pedindo. Essa proposta tem muita simpatia. Acho até que se o PT não fechar questão nós ganhamos a maioria dos votos na bancada", afirmou o presidente da Força Sindical. O argumento é que os R$ 15 de diferença para o que quer o governo pode ser pago como adiantamento de 2012, quando o mínimo deve ficar em R$ 613. Para tentar provar que não vai haver dissidentes na base, Vaccarezza indicou Vicentinho (PT-SP), um ex-sindicalista, como relator da proposta. Ele vai dar parecer para o projeto enviado à Câmara anteontem, que além de fixar o valor de R$ 545, define a política de valorização do mínimo até 2015. Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Análise: Aumento maior do salário envolve questão fiscal e política redistributiva Índice | Comunicar Erros |
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