São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011

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Justiça de SP julgará caso Lulinha, decide STJ

Quase 4 anos após início das investigações, processo retorna ao Judiciário paulista

DE SÃO PAULO

A Terceira Seção do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que cabe ao juízo federal da 10ª Vara Criminal de São Paulo analisar a suposta prática do crime de tráfico de influência por Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 2005, reportagens noticiaram a aquisição pela Telemar de títulos emitidos pela Gamecorp, empresa de Fábio, por valores excessivos.
O aporte de recursos estaria sendo direcionado à Gamecorp única e exclusivamente por contar com a participação acionária do filho do então ex-presidente -o que configuraria o crime de tráfico de influência.
A Câmara Municipal de Belém solicitou à Procuradoria-Geral da República a apuração do caso, que foi remetido à Procuradoria no Rio de Janeiro, sede da Telemar, onde a Polícia Federal instaurou inquérito.
O Ministério Público Federal no Rio entendeu, porém, que a competência era do Judiciário paulista, sede da empresa beneficiária da suposta vantagem ilícita e local de residência da maioria dos acionistas e representantes legais da empresa.
O Judiciário paulista também recusou a competência, argumentando que "ainda não havia nenhum elemento capaz de indicar o tipo penal eventualmente praticado e, consequentemente, o local de consumação do delito".
O relator, ministro Jorge Mussi, ressaltou inicialmente que havia poucos elementos para resolver a controvérsia. Em regra, a competência é determinada pelo local onde o crime é praticado. No caso, o material investigativo resumia-se às reportagens.
O Código Penal estabelece que, quando o local da infração não é conhecido, a competência se dá pelo domicílio do réu.
Mesmo não havendo réu definido no caso, Mussi extraiu dos autos que a suposta obtenção de vantagem teria ocorrido em São Paulo, sede da Gamecorp e local de residência da maioria dos sócios da empresa.
Em 2004, a Telemar investiu R$ 5 milhões para virar sócia minoritária da Gamecorp. O montante correspondia a 96% do capital social da empresa (R$ 5,2 milhões).
Oficializado em 2005, o negócio foi intermediado pela DBO Trevisan, de Antoninho Marmo Trevisan, amigo de Lula, que nega ter qualquer relação com a operação.


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