São Paulo, sábado, 12 de março de 2011

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Governo estuda mais faixas na tabela do Imposto de Renda

Dilma diz a centrais sindicais que vê com "simpatia" medida que daria alívio tributário a trabalhadores

Governo evita assumir compromisso, mas sugere que novas faixas poderiam vir após reajuste na tabela do IR

BRENO COSTA
ANA FLOR
DE BRASÍLIA

O governo prometeu estudar a criação de novas alíquotas no Imposto de Renda Retido na Fonte, de forma a assegurar mais "progressividade" no recolhimento do tributo. Ou seja, tentar reduzir o IR de trabalhadores que ganham menos e elevar o pagamento de quem tem renda mais elevada.
A medida foi uma das demandas apresentadas pelas centrais sindicais em reunião na manhã de ontem com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.
O governo não deu, porém, detalhes de como pode ser feita a mudança.
"Ela [Dilma] acolheu a possibilidade, em estudo, de criar outras faixas da tabela do Imposto de Renda", disse o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral). "Ela disse ver com muita simpatia essa possibilidade."
Hoje a tabela do IR é dividida em cinco faixas. Quem recebe até R$ 1.499,15 por mês está isento. Entre esse valor e R$ 3.743,19 incidem três alíquotas (7,5%, 15% e 22,5%). Quem recebe acima disso tem desconto de 27,5%.
O ministro, apesar de não saber quantificar quantas novas faixas seriam criadas, afirmou que não há possibilidade de alteração no teto da contribuição - de 27,5%.
No governo Lula, chegou a ser proposta a criação de uma alíquota de 35% do IR como forma de reduzir a cobrança de quem ganha menos. A ideia acabou arquivada diante da reação do Congresso e da avaliação da Receita Federal de que o ganho não compensaria o desgaste político de fazer a classe média pagar mais imposto.
A mudança, se efetivada, complementaria a política de reajustar os níveis de renda nos quais incidem o imposto.

ALTA CONSIDERAÇÃO
As centrais não conseguiram, na reunião de duas horas com Dilma, convencer a presidente a reajustar esses valores em 6,47%.
Mas saíram com a promessa de que seria levada em "alta consideração" a definição de uma política de reajustes anuais na tabela pelos próximos quatro anos.
Esses reajustes, segundo o ministro, deverão respeitar o centro da meta de inflação do governo -hoje, em 4,5%.
Essa medida ainda não está sacramentada, mas foi considerada pela própria presidente Dilma, na reunião com as centrais, como "muito bem encaminhada".
"Ela não assumiu um compromisso na hora de que vai fazer por quatro anos, mas prometeu um estudo muito carinhoso dessa questão, dizendo que é provável que o governo possa atender", afirmou o ministro.


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