São Paulo, sábado, 12 de março de 2011

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Um mês depois, conselhos de ética seguem parados

Maioria dos integrantes das instâncias que fiscalizam atuação de deputados e senadores não foi escolhida

Corregedoria do Senado, órgão de investigação e decisão sobre conduta, está vaga desde que Romeu Tuma morreu

GABRIELA GUERREIRO
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

Mais de um mês depois de o Congresso iniciar os trabalhos legislativos de 2011, os conselhos de ética da Câmara e do Senado permanecem sem nenhum integrante.
A Corregedoria do Senado também está vazia desde outubro de 2010, com a morte do antigo corregedor, Romeu Tuma (PTB-SP). Os dois órgãos são responsáveis por investigar e decidir sobre conduta e decoro parlamentar.
Na Câmara, os líderes partidários começaram a indicar os integrantes do conselho depois das denúncias contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF)-flagrada em vídeo recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa. As principais legendas, porém, ainda não fizeram as indicações.
Está marcada para a próxima quarta-feira a sessão que deve eleger o novo presidente do colegiado da Câmara.
Os integrantes terão como primeira missão decidir se o órgão poderá investigar atos cometidos pelos deputados antes de tomar posse. A polêmica surgiu porque o vídeo de Jaqueline Roriz foi gravado em 2006, época que não era deputada federal.
Nas duas Casas, os conselhos são compostos por 15 titulares e igual número de suplentes. No Senado, o conselho está sem seu quadro completo desde agosto de 2009, quando a oposição se retirou do colegiado em protesto ao arquivamento de 11 processos contra o atual presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB-AP).
O ato de criação do conselho prevê que os senadores estão sujeitos ao seu julgamento desde a data da posse, no dia 1º de fevereiro-mas sem integrantes, o órgão não tem poderes para investigar.
Sarney afirma que a indicação do corregedor e dos integrantes do Conselho de Ética deve ser feita pelos líderes partidários, e não por ele. Os líderes, por sua vez, afirmam que cabe ao presidente escolher o corregedor e solicitar as indicações aos partidos para o conselho.
A Corregedoria da Câmara é ocupada pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que acumula o cargo com a segunda vice-presidência.


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