São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011

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Maioria aprova atuação de Lula no governo

Datafolha mostra que 64% dos brasileiros acham que ex-presidente deve participar das decisões de Dilma

Para 57% dos ouvidos, a presidente conhecia os clientes da consultoria do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci

DE SÃO PAULO

No auge da crise que derrubou Antonio Palocci da Casa Civil, o ex-presidente Lula foi a Brasília para tentar estancar a primeira grande crise política do governo de sua sucessora, Dilma Rousseff.
Para 64% dos brasileiros, Lula deveria mesmo participar das decisões de Dilma. Quatro de cada cinco pessoas acreditam inclusive que o ex-presidente já esteja fazendo exatamente isso.
Segundo pesquisa Datafolha realizada na quinta e na sexta passadas, são os menos escolarizados no país os que mais defendem a participação de Lula nas decisões do governo -69% na faixa do ensino fundamental.
Esse quadro se inverte entre os brasileiros que têm ensino superior (45% acreditam que Lula deveria participar, ante 53% que dizem que não deveria) e entre os mais ricos (41% a 58%).
No Nordeste, região em que o ex-presidente mantinha suas mais altas taxas de popularidade, 71% afirmam que ele deveria participar, ante 27% que têm opinião oposta. No Sul, uma porção menor (54%) é favorável à intervenção de Lula no governo Dilma Rousseff.
A pesquisa revelou também que 60% dos brasileiros consideram que a crise provocada pelas notícias envolvendo o súbito enriquecimento do ex-ministro Palocci prejudicou o governo Dilma.
O ex-ministro da Casa Civil deixou o governo após se recusar a revelar quem foram os clientes de sua consultoria. Ele alegou que esses dados eram confidenciais.

CONSULTORIA
Em entrevistas, Palocci também disse que nem a presidente Dilma sabia quem eram os clientes da Projeto.
Mas, na opinião da maioria dos brasileiros (57%), a presidente sabia o nome das empresas para quem o ex-ministro trabalhava. Mais homens (62%) do que mulheres (53%) acreditam nisso.
Entre os que estudaram até o ensino fundamental, há uma divisão: 49% acham que Dilma sabia, e 48%, que não sabia.
É uma realidade diferente da captada para os brasileiros com ensino superior, estrato no qual os que acham que a presidente tinha conhecimento dos negócios de seu ex-ministro são 74%.
Na estratificação por renda, a lógica é parecida: quanto maior o ganho mensal, maior a disposição em acreditar que Dilma tinha conhecimento dos nomes dos clientes do Palocci.
Assim, 56% daqueles que têm renda mensal de até cinco salários mínimos acreditam na versão de Palocci de que a presidente ignorava o nome de seus clientes.
No estrato a seguir, com renda de 5 a 10 mínimos por mês, 67% opinam que Dilma sabia, e entre o que ganham acima disso, 80% dizem o mesmo.


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