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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Deputado quer cargo para corrupção, diz Serra no "JN"
Cobrado por apoio do PTB de Jefferson, tucano promete não lotear governo
Candidato evita criticar Lula, mas diz que não se pode governar o país na "garupa", sobre o elo de Dilma com o presidente
DE SÃO PAULO
Surpreendido por uma
pergunta sobre alianças com
envolvidos no escândalo do
mensalão, o candidato do
PSDB à Presidência, José Serra, afirmou ontem, em entrevista ao "Jornal Nacional",
da TV Globo, que deputados
que buscam cargos no governo têm o objetivo de promover a corrupção.
"Para mim não tem grupinho de deputado indicando
diretor financeiro de uma
empresa, ou diretor de compras de outra. Pra quê um deputado quer isso? Evidente
que não é para ajudar em melhor desempenho. É para corrupção", disse.
O tucano foi o terceiro e último candidato ao Palácio do
Planalto a ser sabatinado na
bancada do "JN" pelo casal
de apresentadores William
Bonner e Fátima Bernardes.
A exemplo das entrevistas
com Dilma Rousseff (PT) e
Marina Silva (PV), Serra foi
instado a responder perguntas sobre temas incômodos,
como a aliança com Roberto
Jefferson, cassado por conta
do mensalão, e os preços dos
pedágios em São Paulo.
No entanto, assuntos como o mensalão do DEM, principal aliado de sua coligação,
não foram abordados.
Sobre a aliança com Jefferson, Serra disse que os "principais personagens" envolvidos no mensalão não são do
PTB (três dos réus do mensalão são do partido) e que o
aliado não é candidato.
No início da entrevista, o
tucano teve que explicar por
que não ataca o governo Lula. Serra se classificou como
candidato do "futuro", e, evitando críticas ao presidente,
repetiu que o petista não está
disputando as eleições.
Em duas vezes, disse que
um presidente não pode governar "na garupa" ou ser
"monitorado", numa alusão
à dependência de Dilma em
relação a Lula.
"O próximo presidente vai
governar e não pode ir na garupa. Tem que ter ideias também, não só coisas que fez no
passado, mas também ideias
a respeito do futuro", disse.
Em outro tema incômodo,
ao ser questionado sobre o
tumultuado processo que levou à escolha de Indio da
Costa (DEM-RJ) como seu vice, Serra negou a fama de ser
centralizador.
"O que havia sido pensado
inicialmente, por circunstâncias políticas acabou não
acontecendo", disse Serra.
O tucano disse que o nome
de Indio da Costa já estava
sendo cogitado dentro do
partido, mas que isso não
chegou à "opinião pública",
para não causar "fofoca". O
nome de Indio, na verdade,
surgiu na data limite da convenção do DEM que definiria
o apoio do partido a Serra.
Mais tarde, em entrevista à
"Globonews", Serra afirmou
que, se for eleito, Indio "vai
ficar viajando pelo Brasil verificando como funcionam os
serviços governamentais".
Governador de São Paulo
até março, Serra também teve que falar sobre os elevados preços dos pedágios nas
estradas paulistas e se esse
modelo seria expandido para
o Brasil. O tucano não respondeu objetivamente. Acabou elogiando a qualidade
das rodovias paulistas e criticando as federais.
No fim, se mostrou surpreendido pelo curto tempo
da entrevista e não conseguiu se despedir do público.
Foi interrompido por Bonner
por ter ultrapassado o tempo.
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