São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Deputado quer cargo para corrupção, diz Serra no "JN"

Cobrado por apoio do PTB de Jefferson, tucano promete não lotear governo

Candidato evita criticar Lula, mas diz que não se pode governar o país na "garupa", sobre o elo de Dilma com o presidente


DE SÃO PAULO

Surpreendido por uma pergunta sobre alianças com envolvidos no escândalo do mensalão, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou ontem, em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, que deputados que buscam cargos no governo têm o objetivo de promover a corrupção.
"Para mim não tem grupinho de deputado indicando diretor financeiro de uma empresa, ou diretor de compras de outra. Pra quê um deputado quer isso? Evidente que não é para ajudar em melhor desempenho. É para corrupção", disse.
O tucano foi o terceiro e último candidato ao Palácio do Planalto a ser sabatinado na bancada do "JN" pelo casal de apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes.
A exemplo das entrevistas com Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), Serra foi instado a responder perguntas sobre temas incômodos, como a aliança com Roberto Jefferson, cassado por conta do mensalão, e os preços dos pedágios em São Paulo.
No entanto, assuntos como o mensalão do DEM, principal aliado de sua coligação, não foram abordados.
Sobre a aliança com Jefferson, Serra disse que os "principais personagens" envolvidos no mensalão não são do PTB (três dos réus do mensalão são do partido) e que o aliado não é candidato.
No início da entrevista, o tucano teve que explicar por que não ataca o governo Lula. Serra se classificou como candidato do "futuro", e, evitando críticas ao presidente, repetiu que o petista não está disputando as eleições.
Em duas vezes, disse que um presidente não pode governar "na garupa" ou ser "monitorado", numa alusão à dependência de Dilma em relação a Lula.
"O próximo presidente vai governar e não pode ir na garupa. Tem que ter ideias também, não só coisas que fez no passado, mas também ideias a respeito do futuro", disse.
Em outro tema incômodo, ao ser questionado sobre o tumultuado processo que levou à escolha de Indio da Costa (DEM-RJ) como seu vice, Serra negou a fama de ser centralizador.
"O que havia sido pensado inicialmente, por circunstâncias políticas acabou não acontecendo", disse Serra.
O tucano disse que o nome de Indio da Costa já estava sendo cogitado dentro do partido, mas que isso não chegou à "opinião pública", para não causar "fofoca". O nome de Indio, na verdade, surgiu na data limite da convenção do DEM que definiria o apoio do partido a Serra.
Mais tarde, em entrevista à "Globonews", Serra afirmou que, se for eleito, Indio "vai ficar viajando pelo Brasil verificando como funcionam os serviços governamentais".
Governador de São Paulo até março, Serra também teve que falar sobre os elevados preços dos pedágios nas estradas paulistas e se esse modelo seria expandido para o Brasil. O tucano não respondeu objetivamente. Acabou elogiando a qualidade das rodovias paulistas e criticando as federais.
No fim, se mostrou surpreendido pelo curto tempo da entrevista e não conseguiu se despedir do público. Foi interrompido por Bonner por ter ultrapassado o tempo.


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