São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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SABATINA FOLHA HÉLIO COSTA

Hélio Costa admite nomear ex-presidente dos Correios

 DIRIGENTE FOI DEMITIDO POR LULA APÓS CRISE
 EX-MINISTRO DIZ QUE FALTOU "CORAGEM" A AÉCIO PARA DISPUTAR PRESIDÊNCIA

O senador Hélio Costa (PMDB), 70, candidato ao governo de Minas Gerais, disse que, se eleito, pode levar para sua administração Carlos Henrique Custódio, que foi demitido da presidência dos Correios após uma crise de gestão que levou a um atraso de correspondências.
Em sabatina Folha/UOL realizada ontem, em Belo Horizonte, Costa disse também que faltou "coragem" ao ex-governador mineiro Aécio Neves por não ter deixado o PSDB para disputar a Presidência da República com apoio de Lula -ao falar do presidente, Costa se emocionou.

DE BELO HORIZONTE

Costa disse que Custódio, seu apadrinhado político, é "competente". Os Correios são subordinados ao Ministério das Comunicações, que Costa chefiou até março. Ele também tentou distanciar Aécio de Antonio Anastasia (PSDB), governador candidato à reeleição.
Costa respondeu a perguntas da plateia e de Vinicius Mota, secretário de Redação, Júlio Veríssimo, coordenador da Agência Folha, Valdo Cruz, repórter especial, e Paulo Peixoto, correspondente em Belo Horizonte.

 


Custódio no governo
[Para levar ao meu governo] eu destacaria principalmente o ex-presidente dos Correios, que é um homem de bem, uma pessoa correta. Desafio vocês a me dizerem onde existe citação do presidente Lula ou de ministro ou dirigente que diga que a substituição foi feita por utilização indevida de recursos públicos ou má gestão.

FHC
Quem inventou a franquia dos Correios foi o governo Fernando Henrique. Na verdade foi um presente para amigos. Mas nós corrigimos.

Royalties da mineração
Não houve vontade política nem da parte do governo federal e muito menos do governo do Estado [de revisar a questão dos royalties]. E certamente houve lobby muito forte das mineradoras.

Controle sobre a Vale
Quem lá atrás vendeu a mais extraordinária empresa mineira, a Vale do Rio Doce? O governo tucano. Vendeu porque não podia fazer a gestão de uma grande empresa. [...] Não tenho necessariamente essa posição [reestatizar]. O Estado podia ser pelo menos acionista da Vale.

Oi/Portugal Telecom
Ainda bem que [o sócio] é português, afinal temos uma relação muito fraterna com Portugal. [...] Mas não é sócio majoritário, continuamos com uma empresa nacional majoritariamente brasileira.

Apoio do PT
Estou emocionado com o empenho dos meus companheiros do PT. O fato de eu ter trabalhado na Rede Globo e ter morado nos EUA passava a impressão de que eu era um sujeito de direita.

Apaixonado por Lula
Eu fui me apaixonando pela figura do Lula. Quando ele pega na sua mão, é uma coisa maravilhosa.

Aécio presidente
Se Aécio tivesse tomado uma decisão lá atrás, poderia ter sido candidato do Lula pelo PMDB ou por qualquer partido. Só não dava para ficar no PSDB e achar que podia derrotar o Serra. [...] Faltou um pouquinho de desprendimento político, para não dizer coragem.

Anastasia não é Aécio
Aécio fez coisas extraordinárias, o governo foi muito bom. Agora, o candidato do PSDB quer passar a ideia de que é o Aécio, mas não é.

Collor e Renan
O Collor foi um acidente para todo mundo. Eu não tinha experiência, tinha admiração pela figura jovem e dinâmica e acabei apoiando. [...] A questão do Renan [Calheiros, que deixou a presidência do Senado após denúncias de usar lobista para pagar despesa de amante] foi exageradamente explorada. [Era] uma questão pessoal que deveria ser resguardada.

Aborto
Sou radical. Acho que apenas e exclusivamente quando [há] risco [de morte].

Palmada
Não pode agredir criança, mas tem hora que não tem jeito. Palmadinha é um corretivo simples.

"Foi mal"
Eu não deveria ter falado [do "Serrélio", voto casado em Costa e Serra, que o senador defendeu após Dilma admitir o "Dilmasia"]. [...] Foi mal, não devia ter feito essa declaração [de que poderia vencer a eleição no "piloto automático"]. Fiz bobagem.

Veja a íntegra da sabatina com Hélio Costa

folha.com.br/1022310


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