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Escândalo da Receita deve dominar debate
Evento promovido pela Folha e pela Rede TV! será primeiro confronto entre Dilma e Serra desde que caso eclodiu
Coordenação da petista acha que embate será o mais difícil; tucano vai atacar rival, e Marina
quer evitar polarização
DE SÃO PAULO
O tema da quebra de sigilo
fiscal de políticos e pessoas
próximas ao candidato tucano à Presidência, José Serra,
deve dominar o debate
Folha/Rede TV! na noite de
hoje, na sede da emissora,
em Osasco (SP).
Será o primeiro encontro
dos dois principais candidatos ao Planalto, Dilma Rousseff (PT) e Serra, desde a eclosão do caso. Além de políticos do PSDB, a Receita confirmou que foi quebrado o sigilo da filha do tucano, Veronica Serra, e do genro, Alexandre Bourgeois.
Também estão confirmadas as presenças dos presidenciáveis Marina Silva (PV)
e Plínio de Arruda Sampaio
(PSOL). O debate, realizado
em parceria entre a Rede TV!
e a Folha, será dividido em
cinco blocos.
A participação dos quatro
candidatos tem base na Lei
Eleitoral, que obriga o convite para debates de rádio e TV
dos candidatos de partidos
que tenham obtido representação na Câmara na eleição
anterior (2006).
A candidata petista chegou ontem a São Paulo, depois de dois dias em que ficou afastada das agendas de
campanha por causa do nascimento do neto, Gabriel, em
Porto Alegre.
Apesar disso, Dilma vem
se preparando desde a semana passada para o embate de
hoje -considerado pela cúpula da campanha o mais difícil até agora por causa das
acusações de responsabilidade pela quebra de sigilo.
Segundo integrantes da
campanha, Dilma deverá se
concentrar em falar dos
avanços do governo Lula. Se
atacada, entretanto, estará
municiada para revidar.
A preparação se concentra
em fazer com que a petista
mantenha a calma mesmo
sob ataques e que possa usar
perguntas agressivas para falar de seus projetos ou do governo Lula.
Já José Serra apostará na
ideia de que a petista é blindada e se esconde à sombra
de Lula. Ele tentará realçar
sua trajetória pessoal, contrapondo-se à falta de experiência de Dilma.
O tucano também pretende investir no discurso de
que Dilma é um envelope fechado, sobre qual se sabe
muito pouco. A forma de
abordagem será discutida
em reunião hoje. Para se preparar, Serra recorre a alongamento e acupuntura.
Marina irá focar no discurso de que um segundo turno
é necessário para se conhecer melhor os candidatos e
que ela é a melhor alternativa
para se contrapor à petista.
Dentro dessa estratégia,
ela poderá voltar a atacar o
tucano, para roubar votos e
tentar levar a disputa ao segundo turno. As pesquisas
de intenção de voto apontam
para uma vitória de Dilma já
no primeiro turno.
A campanha de Marina nega que a estratégia da verde
seja atacar Serra. No debate
Folha/UOL, entretanto, ela
polarizou com ele em diversos momentos.
Marina também promete
seguir com as cobranças ao
governo pelo episódio do vazamento de dados sigilosos.
Plínio vai seguir a linha
adotada desde o início da
campanha, de dizer que Dilma, Marina e Serra são muito
semelhantes -"farinha do
mesmo saco", como diz.
Em suas intervenções, vai
criticar o modelo econômico
e social do país. E promete
manter o tom irônico que
marcou sua participação no
primeiro debate, na Band.
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