São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2010

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Escândalo da Receita deve dominar debate

Evento promovido pela Folha e pela Rede TV! será primeiro confronto entre Dilma e Serra desde que caso eclodiu

Coordenação da petista acha que embate será o mais difícil; tucano vai atacar rival, e Marina quer evitar polarização

DE SÃO PAULO

O tema da quebra de sigilo fiscal de políticos e pessoas próximas ao candidato tucano à Presidência, José Serra, deve dominar o debate Folha/Rede TV! na noite de hoje, na sede da emissora, em Osasco (SP).
Será o primeiro encontro dos dois principais candidatos ao Planalto, Dilma Rousseff (PT) e Serra, desde a eclosão do caso. Além de políticos do PSDB, a Receita confirmou que foi quebrado o sigilo da filha do tucano, Veronica Serra, e do genro, Alexandre Bourgeois.
Também estão confirmadas as presenças dos presidenciáveis Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). O debate, realizado em parceria entre a Rede TV! e a Folha, será dividido em cinco blocos.
A participação dos quatro candidatos tem base na Lei Eleitoral, que obriga o convite para debates de rádio e TV dos candidatos de partidos que tenham obtido representação na Câmara na eleição anterior (2006).
A candidata petista chegou ontem a São Paulo, depois de dois dias em que ficou afastada das agendas de campanha por causa do nascimento do neto, Gabriel, em Porto Alegre.
Apesar disso, Dilma vem se preparando desde a semana passada para o embate de hoje -considerado pela cúpula da campanha o mais difícil até agora por causa das acusações de responsabilidade pela quebra de sigilo.
Segundo integrantes da campanha, Dilma deverá se concentrar em falar dos avanços do governo Lula. Se atacada, entretanto, estará municiada para revidar.
A preparação se concentra em fazer com que a petista mantenha a calma mesmo sob ataques e que possa usar perguntas agressivas para falar de seus projetos ou do governo Lula.
Já José Serra apostará na ideia de que a petista é blindada e se esconde à sombra de Lula. Ele tentará realçar sua trajetória pessoal, contrapondo-se à falta de experiência de Dilma.
O tucano também pretende investir no discurso de que Dilma é um envelope fechado, sobre qual se sabe muito pouco. A forma de abordagem será discutida em reunião hoje. Para se preparar, Serra recorre a alongamento e acupuntura.
Marina irá focar no discurso de que um segundo turno é necessário para se conhecer melhor os candidatos e que ela é a melhor alternativa para se contrapor à petista.
Dentro dessa estratégia, ela poderá voltar a atacar o tucano, para roubar votos e tentar levar a disputa ao segundo turno. As pesquisas de intenção de voto apontam para uma vitória de Dilma já no primeiro turno.
A campanha de Marina nega que a estratégia da verde seja atacar Serra. No debate Folha/UOL, entretanto, ela polarizou com ele em diversos momentos.
Marina também promete seguir com as cobranças ao governo pelo episódio do vazamento de dados sigilosos.
Plínio vai seguir a linha adotada desde o início da campanha, de dizer que Dilma, Marina e Serra são muito semelhantes -"farinha do mesmo saco", como diz.
Em suas intervenções, vai criticar o modelo econômico e social do país. E promete manter o tom irônico que marcou sua participação no primeiro debate, na Band.


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