São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Dilma nega política do 'toma lá, dá cá' com o Congresso

Em entrevista à TV Globo, presidente afirma que não distribuiu cargos do governo contra a sua vontade

Petista nega influência do Planalto sobre o BC e credita redução da taxa de juros à crise econômica mundial

DO RIO

A presidente Dilma Rousseff disse não se sentir refém dos aliados do governo, em entrevista exibida ontem no programa "Fantástico". Ela também negou, mais uma vez, ter promovido uma faxina contra a corrupção, dizendo entender que o termo passa a ideia de que é simples acabar com o problema.
Sobre a relação com aliados, a presidente afirmou que sua base no governo é composta de "pessoas de bem" e que é preciso "ter muito cuidado no Brasil para a gente não demonizar a política".
Ao ser questionada pela apresentadora Patrícia Poeta sobre como evitar a política do "toma lá, dá cá", contrariada, disse: "Você me dá um exemplo do 'dá cá' que eu te explico o 'toma lá'". Em seguida, Dilma tentou descontrair: "Tô brincando contigo". Depois, respondeu ao questionamento original.
"Eu não dei nada a ninguém que eu não quisesse. Nós montamos um governo de composição. Caso não seja de composição, não conseguimos governar."
A presidente falou também sobre ações de combate à corrupção, e explicou por que evita falar em faxina. "Acho a palavra errada, porque faxina você faz às 6h da manhã, e às 8h ela acabou. Atividade de controle do gasto público, na atividade presidencial, jamais se encerra."
Quando a apresentadora pergunta os motivos de o PT não ter conseguido acabar com a corrupção mesmo depois de oito anos e oito meses no governo, a presidente usa a mesma fórmula: "É por isso que não é faxina. Você não acaba com a corrupção de uma vez por todas. Você torna ela cada vez mais difícil".
Na entrevista, exibida por cerca de 20 minutos em dois blocos do programa, Dilma falou também sobre a recente decisão do Banco Central de reduzir a taxa de juros em meio ponto, o que foi visto por muitos críticos como um sinal de interferência do governo federal nas decisões do banco, colocando em risco o controle da inflação.
"Nós não fazemos isso [interferir nas decisões do BC]. O que dissemos naquela oportunidade [antes da decisão] é que a crise econômica internacional, quando se aprofundou ali por agosto, criou uma nova conjuntura internacional. É esta conjuntura que cria a diferença, e não nós interferindo no Banco Central", afirmou durante a entrevista.

VIDA PESSOAL
No primeiro bloco da entrevista, a presidente falou de assuntos amenos, como a rotina no Palácio do Planalto, suas preferências culinárias e a relação com o neto, que completou um ano de idade na última semana. "Ué, faço tudo que toda avó faz. Tudo. É um papel fantástico. É mãe com açúcar."
Ela respondeu ainda a questionamentos sobre seu estado de saúde, e falou sobre o câncer, doença que enfrentou em 2009.


Texto Anterior: Belo Horizonte: PMDB fica isolado na disputa pela Prefeitura
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.