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Ataques foram "no limite do limite", avaliam dilmistas
Objetivo de petistas era ligar Serra à "baixaria do submundo da política"
Segundo QG petista,
candidata corre riscos
por agressividade, mas
estratégia era a única saída para o momento
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
A equipe de Dilma Rousseff admite que ela extrapolou no tom agressivo em alguns momentos e ficou no
"limite do limite" do aceitável, mas avalia que cumpriu
os objetivos traçados para o
debate da Band.
A campanha da petista
avalia que ela atingiu três
metas no debate: 1) colar em
José Serra a imagem de responsável pela campanha de
"baixaria do submundo da
política"; 2) inserir na pauta
da eleição temas como privatização de pré-sal e Petrobras
e 3) mobilizar a militância.
O desempenho de Dilma
foi considerado tão "satisfatório" que cenas do debate
foram editadas às pressas pelo marqueteiro João Santana
e ocuparam mais da metade
do programas de TV de ontem da petista.
O próprio Serra também
levou ao ar em seu programa
ontem imagens do debate,
para tentar colar na petista a
imagem de "agressiva".
A expectativa agora é pelo
resultado das pesquisas. A
campanha petista sabe que
entrou numa "zona de risco"
ao atacar, mas avaliou que
não tinha outro caminho.
Segundo um assessor de
Dilma, é preciso trabalhar essa estratégia "com cautela" e
não significa que ela será a
"norma" da campanha.
A mudança de estratégia
foi reforçada por pesquisa
Datafolha mostrando queda
na diferença entre Dilma e
Serra para sete pontos. A própria candidata avaliou que
precisava reagir, para expor
o tucano e evitar uma desmobilização da militância.
Os petistas não concordam com a avaliação de que
possa se repetir o que ocorreu com Geraldo Alckmin em
2006 -depois de atacar Lula
num debate, o tucano caiu
nas pesquisas.
Para um assessor de Dilma, são situações distintas.
Primeiro, trata-se de uma
mulher, que atacou para se
defender de uma campanha
contra ela. E Lula não revidou os ataques de Alckmin.
Já Serra buscou contra-atacar Dilma no debate.
Nenhum dos grupos de
pesquisas da equipe de Dilma para avaliar o debate
classificou a petista como
"ostensivamente agressiva",
mas "firme e assertiva".
A edição levada ao ar ontem tem sete tópicos do debate, todos com ataques a Serra. Entre eles está a passagem em que Dilma atribui a
Monica Serra, mulher do tucano, parte da responsabilidade pela "campanha de
ódio" que associa a petista à
legalização do aborto.
Segundo Dilma, Monica
teria dito que ela é a favor da
"morte de criancinhas".
A propaganda de Dilma no
rádio seguiu a mudança de
tom. Pela primeira vez, o programa foi dominado por ataques, afirmando que Serra
não foi responsável pelo seguro-desemprego nem por
introduzir os genéricos.
Para justificar o novo tom,
um apresentador diz: "Fizemos de tudo pra não chegar a
esse ponto. Agora, não dava
mais, né? Por respeito a vocês, por respeito à verdade".
Colaborou a Reportagem Local
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