|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Ex-diretor da Dersa ataca Dilma e cobra Serra
Citado por petista em debate por suposto caixa 2, engenheiro exige que candidata mostre provas e que tucanos o defendam
"Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro", afirma ele a dirigentes do PSDB
ANDRÉA MICHAEL
DE SÃO PAULO
Citado pela candidata à
Presidência Dilma Rousseff
(PT) como o homem que "fugiu" com R$ 4 milhões da
campanha de José Serra
(PSDB), o ex-diretor de Engenharia da Dersa, Paulo Vieira
de Souza, cobrou em entrevista à Folha que a petista
apresente provas e que o tucano o defenda.
Paulo Preto, como o ex-executivo da empresa estatal
é conhecido, disse que todas
as suas "atitudes" foram informadas a Serra. Por isso,
afirma, o tucano deveria responder às acusações que ele
vem sofrendo.
"Não somos amigos, mas
ele [Serra] me conhece muito
bem. Até por uma questão de
satisfação ao país, ele tem
que responder [...] Acho um
absurdo não ter resposta,
porque quem cala consente".
No domingo, Paulo Preto
foi citado por Dilma durante
o debate da TV Bandeirantes
para atacar Serra. A petista
disse que o rival deveria "se
lembrar" de "seu assessor
que fugiu com R$ 4 milhões,
dinheiro da sua campanha"
As denúncias contra o ex-executivo foram publicadas
inicialmente pela "IstoÉ". Segundo a revista, tucanos relataram que Preto teria arrecadado a quantia, não declarada pelo PSDB. Tanto Preto
quando o partido negam.
Apesar de cobrar explicações de Dilma, o ex-diretor
afirma que não vai processá-la. "Ela foi pautada por falsas
informações publicadas."
Por meio de sua assessoria, Dilma disse que as referências feitas por ela foram
publicadas pela imprensa e
são de conhecimento público. A assessoria de Serra não
respondeu a recado deixado
no início da noite de ontem.
Inconformado por ter sido
retirado da direção da Dersa,
segundo diz, por ex-colegas
do governo de São Paulo, ele
manda um recado para antigos companheiros:
"Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro".
Autodeclarado arrogante,
o engenheiro nega ter arrecadado recursos para o partido,
mas diz que criou as melhores condições para que houvesse aporte de recursos em
campanhas.
Isso porque, diz ele, deu a
palavra final e fez os pagamentos no prazo às empreiteiras que atuaram nas grandes obras de São Paulo, como o Rodoanel, a avenida Jacu-Pêssego e a ampliação da
Marginal.
"Ninguém nesse governo
deu condições das empresas
apoiarem [sic] mais recursos
politicamente do que eu [...]"
Ultramaratonista, ele renega o apelido Paulo Preto e
diz que, desde criança, sabia
o que seria na vida: "rico".
O engenheiro reafirma sua
amizade pelo senador eleito
por São Paulo Aloysio Nunes
(PSDB), de quem foi assessor
durante o governo FHC.
Aloysio informou que não irá
se pronunciar.
Preto virou réu em ação
penal depois de mandar avaliar um bracelete de diamantes comprado sem nota fiscal. A joia havia sido furtada.
À Folha, ele afirma que foi
vítima de uma armação política por trás do evento. "Armaram e eu caí, tudo bem.
Mas esse negócio de caixa
dois, isso não."
Texto Anterior: Tucano usará telefonia para defender privatizações Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros
|