São Paulo, domingo, 12 de dezembro de 2010

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Governo de SP reduz verba de investimentos em 2011

Previsão é 3,3% menor que a deste ano, apesar de estimativa de receita maior

Área que mais sofrerá cortes é transporte, com fim do Rodoanel e sem gasto com trens; saúde e educação têm aumento

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

Apesar do crescimento de 12% da projeção de receita no Orçamento de 2011, o governo de São Paulo deve investir no ano que vem cerca de 3,3% menos do que em 2010.
Os dados constam da proposta orçamentária enviada pelo Executivo à Assembleia Legislativa, que deve ser votada nesta semana.
O governo paulista, que previu arrecadar R$ 125 bilhões neste ano, agora projeta uma receita de R$ 140,6 bilhões para o ano que vem.
A leve queda nos investimentos gerais do Estado contrasta com o aumento havido no período 2007-2010, em que o governo elevou em 34,9% os investimentos.
Em 2011, os investimentos diretos cairão 15,8%, ao passo que os investimentos das estatais subirão 8,57%.
A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) que o governador eleito, Geraldo Alckmin (PSDB), quer transformar numa espécie de BNDES da habitação, investirá 15,3% a mais. No Metrô, o aumento do investimento será de 5%.

ÁREAS EM ALTA
Ao mesmo tempo em que caem os investimentos gerais do Estado, as pastas da Educação e da Saúde terão aumentos expressivos.
A primeira terá verba de R$ 19,7 bilhões, valor 21% maior do que em 2010. A segunda contará com R$ 13,8 bilhões, crescimento de 18%.
As duas áreas foram vitrines da campanha à Presidência do ex-governador do Estado José Serra (PSDB).
No extremo oposto, as secretarias de Transportes e Transportes Metropolitanos terão queda de recursos de 16% e 12% respectivamente. São as únicas pastas de peso a sofrer com a tesoura.
A secretaria de Planejamento justifica a diminuição afirmando haver menor necessidade de verba para a aquisição de trens para o Metrô e a CPTM e em razão da conclusão do trecho sul do Rodoanel neste ano.
Apesar de a rubrica de investimentos das duas pastas não ter valor menor na proposta, deputados tucanos admitem que as obras na área deverão caminhar mais lentamente em 2011.
Reivindicação antiga dos servidores do sistema de educação, a formação continuada de professores terá aumento expressivo de 249%, passando de R$ 83 milhões para R$ 207 milhões.
As promessas tucanas de investimento no ensino técnico e tecnológico também se refletem no Orçamento. O primeiro contará com verba de R$ 1,01 bilhão, 12,8% maior do que em 2010. O segundo chegará a R$ 108 milhões, ou 58,8% a mais.
O investimento em parques tecnológicos, outra promessa de campanha de Alckmin, será 261% maior.
Já programas como a urbanização de favelas e o controle de doenças sofrerão cortes.
A verba para o funcionalismo crescerá 7,71% -menos que o aumento estimado da receita, de 12%.


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