São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2011

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Jobim quer blindar orçamento militar

Ministro critica falta de estabilidade e planejamento para a compra de equipamentos para as Forças Armadas

Segundo ele, não terão corte prioridades como a montagem de 50 helicópteros e a compra de quatro submarinos

Rafael Andrade/Folhapress
Jobim (3º, a partir da dir.) ao lado do vice-presidente, Temer,
em feira de armas, no Rio


RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, reivindicou ontem, no Rio, que o Congresso aprove legislação para garantir orçamentos plurianuais estáveis para a aquisição de equipamento militar para as Forças Armadas.
"Precisamos de previsibilidade e estabilidade na aquisição de equipamentos", disse Jobim, que enfatizou, durante palestra na feira de material bélico LAAD 2011 (Latin America Aero & Defence 2011), ser preciso "desatar o nó orçamentário".
Jobim afirmou que três projetos prioritários não sofrerão com os cortes previstos pelo governo: a compra de quatro submarinos de modelo francês, a montagem de 50 helicópteros EC 725 Super Cougar (16 para cada força e dois para a Presidência) e o desenvolvimento do veículo blindado médio sobre rodas Guarani para o Exército.
Os três primeiros helicópteros de transporte, um de cada força, estavam ontem em exibição na área externa da feira.
"Nós precisamos recuperar décadas de atraso", afirmou o ministro, para quem, sem previsão orçamentária, "planejamento de médio e longo prazos tornam-se impossíveis".
Para Jobim, é importante usar uma lei de programação plurianual para quebrar um círculo vicioso: sem investimento não há inovação em tecnologia militar; sem inovação não há investimento.
Apesar de ressaltar a importância da tecnologia militar, o ministro ressaltou que ele não é capaz de retirar da política a primazia na condução dos conflitos.
"O mais fraco pode triunfar politicamente sobre o mais forte", disse o ministro, sobre a situação de "guerra assimétrica", característica, por exemplo, da guerra de guerrilha e de insurgências.
Nesse sentido, o ministro disse que o Brasil estaria em uma posição singularmente vulnerável, por possuir uma infraestrutura industrial, energética e de transporte que seriam alvos "compensadores" de um eventual ataque inimigo.
Ou seja, as Forças Armadas do país teriam que ser capazes de atuar "em cenários convencionais, assimétricos e social-humanitários".


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