São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2011

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Marco Maciel desiste dos cargos dados por Kassab

Ex-vice-presidente ganharia R$ 12 mil para atuar em conselhos de empresas

Em reunião da cúpula do DEM, o ex-senador anunciou a desistência e reafirmou que vai permanecer no partido

VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO

O ex-vice-presidente da República Marco Maciel, 70, desistiu ontem de integrar os conselhos administrativos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da SPTuris (São Paulo Turismo).
Maciel, que preside o Conselho Político do DEM, havia sido nomeado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, conforme revelou a Folha na segunda-feira. Ele receberia R$ 12 mil mensais.
A revelação da ligação de Maciel com Kassab provocou constrangimento no DEM, já que o prefeito foi o responsável por abrir a dissidência que tirou pelo menos dois senadores, um governador e 13 deputados federais do partido, rumo ao novo PSD.
Ontem, em reunião da Executiva Nacional do partido, Maciel pediu a palavra e, após um discurso de 20 minutos, anunciou que desistiria das nomeações, que já haviam sido publicadas no "Diário Oficial".
Ele justificou que o convite de Kassab foi feito em outubro do ano passado -antes, portanto, do rompimento do prefeito com o DEM.
Reafirmou sua lealdade ao partido, disse que é um homem de "vida ilibada" , citou vários pensadores e fez um histórico de sua vida pública desde deputado estadual.
Em nota, o ex-senador afirmou que continuará a "participar da consolidação dos princípios sociais-liberais do Democratas".
O clima na reunião foi constrangedor, segundo relatos obtidos pela reportagem. O tema não estava na pauta, e foi o próprio Maciel que pediu para dar sua explicação sobre o episódio.
Depois da fala, o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), fez uma espécie de desagravo a Maciel.
A prática de instalar aliados derrotados nas urnas em conselhos de empresas públicas é recorrente.
Além de Maciel, Kassab nomeou o ex-deputado Raul Jungmann (PPS-PE) no conselho da CET, com salário de R$ 6.000. A vaga era de Roberto Freire (PPS), que se elegeu deputado federal.
A Folha tenta falar com Marco Maciel sobre o episódio desde domingo, mas ele não foi localizado.


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