São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2011 |
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Indicadores de abril apontam para ritmo menor da indústria Para economistas, inflação alta e crédito restrito devem limitar expansão da economia nos próximos meses No mês passado, vendas de papel ondulado e confiança da indústria recuaram, e consumo de energia ficou menor MARIANA SCHREIBER DE SÃO PAULO Após um início de ano forte, a economia brasileira já dá sinais de desaquecimento. Dados de abril apontam para a estabilidade da produção industrial e uma redução do crescimento do varejo. A tendência deve se manter ao longo do ano. Para economistas, a inflação alta e as condições de crédito mais apertadas - com juros maiores e prazo menores- vão reduzir as vendas do comércio. Isso, somado à competição com os importados, vai afetar a produção, dizem. Alguns números de abril já mostram desaquecimento. No mês passado, houve queda na venda de papel ondulado (para embalagens) e na confiança de empresários, enquanto o consumo de energia e o fluxo de caminhões nas estradas cresceram em ritmo menor. A consultoria Tendências estima que, em abril, a produção industrial tenha ficado estável e as vendas no varejo cresçam menos. "Mas ainda não dá pra ter clareza sobre o ritmo de desaquecimento, que deve ficar mais nítido na segunda metade do ano", disse o economista Silvio Campos Neto. Para o Itaú, a desaceleração está se difundindo, embora não seja suficiente para conter a inflação. O banco revisou recentemente a projeção de crescimento do PIB no ano de 4% para 3,6%, e espera inflação de 6,5%. O banco avalia que os cortes de gastos do governo, o aperto no crédito e a alta menor das exportações frearão a expansão da economia. As projeções de alta para o PIB no primeiro trimestre variam de 1% a 1,5%, levantou a Folha em seis bancos e consultorias. No trimestre anterior, ele cresceu 0,7%. Dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ainda mostraram alta de 1,2% nas vendas do varejo em março, ante fevereiro, quando cresceram 0,3%. Mas Reinaldo Pereira, do IBGE, vê sinais de desaceleração. No primeiro trimestre, diz, quase todos os setores tiveram alta menor de vendas. Ainda aquecida em março, a folha de pagamento da indústria cresceu 0,5% no mês. O emprego ficou estável. Colaborou PEDRO SOARES, do Rio Texto Anterior: Sai novo conselho da Fundação Nemirovsky Próximo Texto: Política econômica: Para BC, corte nos combustíveis não é suficiente para conter alta da inflação Índice | Comunicar Erros |
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