São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Dossiê do PT é crime, acusam tucanos

Virgílio defende que Justiça seja acionada; petistas dizem que não pediram dados sigilosos de Eduardo Jorge

Para Itagiba (PSDB), houve quebra de sigilo fiscal; presidente do PT chamou denúncia de "ridícula" e "absurda"

DO ENVIADO A SALVADOR
DE BRASÍLIA
DO ENVIADO A ITU

Líderes tucanos reunidos na convenção do PSDB foram uníssonos ao acusar o PT de crime de quebra de sigilo fiscal por ter acessado, por meio de uma "equipe de inteligência", dados financeiros e fiscais particulares do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge.
O caso foi revelado ontem pela Folha. Os documentos indicavam três depósitos de R$ 1,3 milhão na conta de Eduardo Jorge. Os dados só estavam disponíveis na Receita Federal e no computador do próprio tucano.
Para o deputado federal Marcelo Itagiba (RJ), houve "crime de quebra de sigilo fiscal". Já o senador Arthur Virgílio (AM) disse que o caso mostra uma "prática nojenta" na política.
"Fomos vítimas de dossiê o tempo todo. Ninguém ouviu falar que FHC fez dossiê contra o Lula", disse.
Ele defende que a Justiça comum seja acionada.
O caso chegou aos discursos na convenção. Coube ao presidente tucano, Sérgio Guerra, citar o episódio indiretamente: "Nada nos levará à política dos dossiês".
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, chamou de "ridícula" e "absurda" a revelação do caso.
"Essa denúncia é absolutamente ridícula, ela não se sustenta, até porque a matéria inventou um novo tempo verbal que é o pretérito do futuro, porque fala: "uma equipe que estaria sendo formada produziu um dossiê", sem qualquer informação, qualquer ligação com o PT".
O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse que nem o PT nem o comando de campanha de Dilma têm responsabilidade pelos dados que teriam sido levantados sobre o tucano.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), foi na mesma linha: "Não pedimos, não fizemos, não divulgamos nenhum dossiê, nenhuma investigação sobre Eduardo Jorge".
Questionada sobre o caso, a candidata Marina Silva (PV) disse que quem faz "arapongagem e investigações paralelas" deve ser "duramente punido".
Serra e Dilma não comentaram o caso.


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