São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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Caso gerou ações judiciais e marcou o PT

DA ENVIADA A ARACATI

O episódio dos dólares na cueca gerou a abertura de duas investigações na Justiça -uma na área criminal e outra na cível. Essa última está mais adiantada e já foi recebida pela Justiça.
Dez pessoas e três empresas foram denunciadas por improbidade administrativa. Algumas chegaram a ter seus bens bloqueados e sigilos telefônicos e bancários quebrados, entre elas a mulher de José Adalberto Vieira da Silva, Raimunda Lima.
Ela comprou um carro Corsa 0 km no valor de R$ 36 mil quatro dias antes de o marido ser preso com o dinheiro na cueca e não conseguiu explicar a origem do recurso.
Na semana passada, a Polícia Federal em Fortaleza concluiu o inquérito que irá balizar a decisão do Ministério Público na área criminal.
Entre os acusados está o deputado José Nobre Guimarães (PT-CE), de quem o então dirigente do PT cearense José Adalberto Vieira da Silva -que estava com o dinheiro na cueca- era assessor parlamentar.
O caso derrubou o deputado José Genoino (SP), presidente nacional do PT àquela época, e mergulhou o partido ainda mais na crise do mensalão. A situação de Genoino ficou insustentável no partido e ele deixou seu comando.
Delúbio Soares, tesoureiro, e Silvio Pereira, secretário-geral do partido à época, ambos acusados de operarem o esquema do mensalão, caíram em seguida.
A peculiaridade do caso mereceu um texto dos procuradores Marcio Andrade Torres e Alexandre Marques, em que narravam o destino que Adalberto teria a partir dali.
"Toda a sua trajetória estaria borrada para sempre. Logo veio à mente que seria motivo de chacota, até mesmo fantasia no próximo Carnaval, em razão do local onde foram encontrados os dólares. A imprensa logo alardeou: Acharam dólares na cueca", afirmam no texto.
Para eles, o problema, segundo paráfrase de Carlos Drummond, é que "tinha um raio-x no meio do caminho. E agora, José?".


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