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AFINIDADES ELETIVAS
Aliança PT-PMDB demorou 30 anos para ser fechada
MAURICIO PULS
DE SÃO PAULO
A candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, inaugura hoje em Brasília, às 18h,
o seu comitê central ao lado
do vice, Michel Temer, e da
cúpula do PMDB -que desde
2004 integra o governo Lula.
A aliança PT-PMDB hoje
parece natural, mas demorou 30 anos para ser fechada.
Quando foi fundado, em
1980, o PT atraiu alguns parlamentares do antigo MDB,
mas os dois logo entraram
em choque, pois disputavam
fatias do mesmo eleitorado.
O PMDB acusava o PT de
dividir a oposição e "fazer o
jogo" da ditadura, enquanto
o PT o chamava de "partido
burguês". "Nosso adversário
é o PMDB", dizia Lula.
Os dois partidos atuaram
juntos na campanha das diretas-já, em 1984, mas se separaram assim que a emenda
foi rejeitada: o PMDB conseguiu eleger Tancredo Neves,
mas o PT se negou a participar do Colégio Eleitoral e forçou a saída dos dissidentes.
Lula fez oposição sistemática à gestão de José Sarney
(PMDB) e se recusou a votar o
texto da Constituição de 88,
elaborada por um Congresso
de maioria peemedebista.
Na campanha presidencial de 1989, o candidato do
PMDB, Ulysses Guimarães,
se dispôs a apoiá-lo no segundo turno, mas o PT vetou
sua presença no palanque.
Em 1992, após a queda de
Collor, o PT suspendeu Luiza
Erundina, que aceitara ser
ministra de Itamar Franco.
É só a partir de 1998 que
Lula vai atrás do PMDB. Este
se alia aos tucanos em 2002,
mas o PT já obtém o apoio de
Sarney e Quércia. O PMDB
entra no governo em 2004 e,
a cada crise política, vai ampliando a cota de ministérios.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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