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Socialista quer taxar fortuna, mas tem R$ 1,7 mi aplicado
FÁBIO ZANINI
DE BRASÍLIA
Plínio de Arruda Sampaio
faz campanha atacando o capitalismo, mas é um adepto
da ciranda financeira e seria
alvo da proposta do seu programa para taxar fortunas.
Com bens de R$ 2,14 milhões (segundo mais rico entre os presidenciáveis), Plínio registrou evolução patrimonial de 71,53% desde
2006, descontada a inflação.
Plínio não explicou a evolução patrimonial. Enviou
nota em que diz: "Meu patrimônio está integralmente declarado à Receita Federal e à
Justiça Eleitoral, público para todo o país, sem nenhum
questionamento nos meus
60 anos de vida pública".
O candidato deixa quase
86% do que possui em aplicações financeiras remuneradas pelos altos juros pagos
pelo governo para rolar a dívida pública. Plínio defende
a suspensão do pagamento
dos juros da dívida, o que
afetaria suas finanças.
Três corretoras são responsáveis por cuidar de R$ 1,7
milhão aplicado. Duas são ligadas a grandes bancos, Itaú
e Credit Suisse. A terceira é
do ex-ministro da Fazenda
Luiz Carlos Bresser Pereira,
um dos formuladores econômicos do PSDB.
Plínio também tem dinheiro nos EUA. Guarda R$
45.983,38 no Riggs Bank,
fundado no século 19, até recentemente era um bastião
do sistema financeiro norte-americano, mas recentemente foi alvo de denúncias de lavagem de dinheiro.
O recurso, segundo sua assessoria, refere-se à aposentadoria que recebe por ter sido diretor da FAO (órgão da
ONU sobre alimentação).
O programa de governo
entregue por ele ao TSE, além
de pregar a suspensão do pagamento dos juros da dívida,
prevê taxação de patrimônio
superior a R$ 2 milhões -o
que incluiria o candidato.
Na "economia real", Plínio
tem 14% dos seus bens, ou
pouco mais de R$ 300 mil.
Declara um sítio, um apartamento, um lote e dois veículos, dos quais uma Kombi
1994, no valor de R$ 7.000.
A assessoria do candidato
afirmou não ver contradição
entre o discurso e a forma como ele gerencia os bens.
Diz ainda que o patrimônio foi construído em uma
longa carreira de promotor
público. O candidato diz
também que a proposta de
taxar fortunas sempre esteve
no programa do PSOL.
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