São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2010

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Socialista quer taxar fortuna, mas tem R$ 1,7 mi aplicado

FÁBIO ZANINI
DE BRASÍLIA

Plínio de Arruda Sampaio faz campanha atacando o capitalismo, mas é um adepto da ciranda financeira e seria alvo da proposta do seu programa para taxar fortunas.
Com bens de R$ 2,14 milhões (segundo mais rico entre os presidenciáveis), Plínio registrou evolução patrimonial de 71,53% desde 2006, descontada a inflação.
Plínio não explicou a evolução patrimonial. Enviou nota em que diz: "Meu patrimônio está integralmente declarado à Receita Federal e à Justiça Eleitoral, público para todo o país, sem nenhum questionamento nos meus 60 anos de vida pública".
O candidato deixa quase 86% do que possui em aplicações financeiras remuneradas pelos altos juros pagos pelo governo para rolar a dívida pública. Plínio defende a suspensão do pagamento dos juros da dívida, o que afetaria suas finanças.
Três corretoras são responsáveis por cuidar de R$ 1,7 milhão aplicado. Duas são ligadas a grandes bancos, Itaú e Credit Suisse. A terceira é do ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira, um dos formuladores econômicos do PSDB.
Plínio também tem dinheiro nos EUA. Guarda R$ 45.983,38 no Riggs Bank, fundado no século 19, até recentemente era um bastião do sistema financeiro norte-americano, mas recentemente foi alvo de denúncias de lavagem de dinheiro.
O recurso, segundo sua assessoria, refere-se à aposentadoria que recebe por ter sido diretor da FAO (órgão da ONU sobre alimentação).
O programa de governo entregue por ele ao TSE, além de pregar a suspensão do pagamento dos juros da dívida, prevê taxação de patrimônio superior a R$ 2 milhões -o que incluiria o candidato.
Na "economia real", Plínio tem 14% dos seus bens, ou pouco mais de R$ 300 mil. Declara um sítio, um apartamento, um lote e dois veículos, dos quais uma Kombi 1994, no valor de R$ 7.000.
A assessoria do candidato afirmou não ver contradição entre o discurso e a forma como ele gerencia os bens.
Diz ainda que o patrimônio foi construído em uma longa carreira de promotor público. O candidato diz também que a proposta de taxar fortunas sempre esteve no programa do PSOL.


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