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Alckmin vira alvo de todos no debate da Band em SP
Mercadante e Russomanno fazem dobradinha para criticar segurança
Acuado pelos ataques
de adversários, tucano
investe contra governo
de Lula, em tom mais
incisivo que o de Serra
DE SÃO PAULO
Líder com folga nas pesquisas de intenção de voto, o
candidato Geraldo Alckmin
(PSDB) foi o único alvo de
seus cinco adversários pelo
governo de São Paulo em debate da Band, ontem à noite.
Diante da limitação, pelas
regras do programa, ao número de perguntas a cada
candidato, os principais adversários do tucano -Aloizio
Mercadante (PT), Celso Russomanno (PP) e Paulo Skaf
(PSB)- acabaram protagonizando quatro tabelinhas com
críticas ao PSDB e a Alckmin.
No momento em que os
jornalistas da Band formulavam perguntas, no quarto
bloco, a polarização PSDB-PT também acabou prevalecendo, com perguntas para
Alckmin com comentários de
Mercadante, e vice-versa.
Os temas preferenciais de
ataque ao tucano, que, segundo o último Datafolha,
seria eleito ainda no primeiro
turno, foram a segurança pública, a disseminação do consumo de crack, o preço dos
pedágios, educação e saúde.
Acuado por ser foco das
críticas, Alckmin contrariou
a ideia de que líderes em pesquisas (tem 49% no último
Datafolha) não devem bater
boca e partiu para o ataque
contra o governo Lula, em
tom mais incisivo que o que
vem sendo usado pelo presidenciável José Serra.
"[Há aqui uma] aliança entre o PT e o malufismo, uma
aliança estranha. Até as gravatas dos candidatos são
iguais", disse o tucano, em
referência à dobradinha entre o petista e Russomanno.
No segundo bloco, questionado por Mercadante sobre a qualidade da educação
e após ouvir o petista ler o trecho de um relatório encaminhado por Serra ao TCE (Tribunal de Contas do Estado)
com uma série de críticas à
qualidade das escolas e do
ensino, Alckmin adotou o
seu tom mais agressivo.
"O senador [Mercadante] é
ótimo para criticar, mas não
conheço nada de positivo
que tenha feito para São Paulo, absolutamente nada, a
não ser criticar", afirmou o
tucano, que ainda acusou o
PT de ter diminuído o orçamento para a educação
quando comandou a Prefeitura de São Paulo.
Ao citar o fato de o tratamento de dependentes químicos não ser coberto pelo
SUS (Sistema Único de Saúde), afirmou que isso ocorre
por "preconceito".
Ao longo do debate, o tucano colou-se à imagem do
ex-governador Mario Covas
(PSDB), morto em 2001, mas
só mencionou Serra em suas
considerações finais.
Chegou até a citar um tema
delicado para o presidenciável -a relação com os professores estaduais- como um
ponto positivo de sua gestão:
"No meu governo os professores não fizeram greve."
Já o petista Mercadante se
escorou na popularidade do
presidente Lula, ao dizer que
tem "honra de ser líder do governo do presidente Lula,
[com quem] andei mais de 30
anos pelo país". O petista
ainda citou a candidata à
Presidência, Dilma Rousseff.
Apesar do clima mais tenso que o do debate presidencial, o programa teve baixa
audiência na contabilização
parcial -2,5 pontos na Grande São Paulo. Isso equivale a
150 mil domicílios. No horário, a Band só esteve à frente
da Rede TV e da TV Gazeta.
BASTIDORES
Serra resolveu ir ao estúdio ver o debate, mas saiu antes do término, junto com o
prefeito Gilberto Kassab.
Questionado pela Folha
sobre onde se sentia melhor- debatendo ou assistindo-, Serra respondeu: "Gosto daqui [plateia] e de lá. Na
verdade, sou um louco por
debates", afirmou.
Com tantos políticos de peso, faltaram lugares para
convidados do tucano Alckmin. Pouquíssimos vereadores aliados conseguiram entrar no estúdio para acompanhar o debate. Até o coordenador da campanha do tucano, deputado estadual Sidney Beraldo , ficou de fora.
(BRENO COSTA, DANIELA LIMA E EVANDRO SPINELLI)
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