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PRESIDENTE 40
ELEIÇÕES 2010
Acusações de corrupção provocam maior duelo da campanha entre Dilma e Serra
PETISTA CHAMA TUCANO DE CALUNIADOR MAS NÃO DIZ SE PORIA MÃO NO FOGO POR SUA SUCESSORA NA CASA CIVIL
EX-GOVERNADOR ACUSA ADVERSÁRIA DE USAR APARATO PARA PROTEGER COMPANHEIROS
DE SÃO PAULO
Tendo acusações de corrupção como pano de fundo,
Dilma Rousseff (PT) e José
Serra (PSDB) protagonizaram ontem o maior confronto
da campanha eleitoral no debate Folha/RedeTV!, que
reuniu os quatro principais
candidatos a presidente.
Mais segura do que nos debates anteriores, Dilma acusou Serra de ser "caluniador"
ao responder à acusação do
tucano de que a campanha
petista é responsável pela
quebra do sigilo fiscal de sua
filha -ataque que rendeu
um direito de resposta ao
candidato do PSDB.
Mas a petista tentou se
desvincular de sua sucessora
na Casa Civil, Erenice Guerra,
cujo filho é acusado de cobrar comissão para intermediar negociações de empresas com o governo.
Dilma não respondeu se
colocaria sua mão no fogo
por Erenice, sua principal assessora na Casa Civil e no Ministério das Minas e Energia.
"O que eu quero deixar
claro é que eu não concordo,
não vou aceitar que se julgue
a minha pessoa baseado no
que aconteceu com o filho de
uma ex-assessora", disse.
Também disse não poder
garantir que novos vazamentos não voltarão ocorrer. "É
fato que no Brasil já houve
grandes vazamentos. Esse
não foi o primeiro e queria
que fosse o último. Não tenho certeza."
Serra chamou Dilma de
"evasiva" por não responder
às perguntas e de usar o aparato oficial para proteger
companheiros e perseguir
adversários -o que também
resultou em direito de resposta para a adversária.
Dilma foi instada por Serra, Marina Silva (PV) e pelas
jornalistas convidadas Renata Lo Prete, editora do Painel, e Patricia Zorzan, repórter especial da RedeTV!, a
responder sobre acusações
contra o governo.
A petista criticou a tentativa de ligar as quebras de sigilo à sua campanha. "Eu discordo dessa espécie de malabarismo que se faz de tentar
ligar este vazamento à minha campanha", afirmou.
Marina, que tentou furar a
polarização entre Serra e Dilma, disse que a violação de
sigilo está banalizada porque o próprio governo admite que isso é rotineiro.
Serra aproveitou as oportunidades que teve para atacar Dilma, líder nas pesquisas de intenção de voto.
Logo na primeira pergunta, sobre os sucessos e fracassos do governo Lula, o tucano abordou os casos de
corrupção. "O maior fracasso [do governo Lula] foi o
mensalão, o dossiê dos aloprados, agora a violação da
Receita", disse.
Ele também citou o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz, acusado de cobrar propina para facilitar
contratos com o governo e o
ex-ministro José Dirceu.
Dilma só abordou o tema
quando foi provocada. Ela
preferia falar sobre conquistas do governo Lula -o presidente foi citado em quase
todas as suas participações.
Plínio de Arruda Sampaio
(PSOL) foi coadjuvante, mas
novamente divertiu a plateia
com brincadeiras, inclusive
quando pediu para que o debate fosse levado a sério.
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