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Servidora do Serpro diz que só acessava dados por "amizade"
Ana Maria diz que funcionárias cediam senhas por excesso de trabalho; Adeildda diz não saber quem obteve informações sobre Veronica
ANDRÉA MICHAEL
DE SÃO PAULO
"Somos gente humilde,
não somos bandidos. Não
acessamos os arquivos [da
Receita] de má-fé, por pagamento nem por qualquer outra atitude que nos desabone. Tudo foi por amizade, favores", disse ontem à Folha
Ana Maria Caroto Cano, servidora do Serpro cedida à Receita até a semana passada.
Sob efeito de remédios e
alegando inapetência, ela se
negou a conceder entrevista,
mas esclareceu alguns fatos.
Disse que na sexta não esteve presa com seu marido,
José Carlos Larios. Ambos,
afirma, foram conduzidos
pela Polícia Civil para "prestar esclarecimentos" sobre 23
declarações que prepararam
para justificar os acessos
considerados imotivados pela Receita em sua máquina.
Sobre isso, disse Ana Maria: "Recebi um ofício da Corregedoria para apresentar
documentação ou uma declaração dessas pessoas. Não
recebi, claro. A Receita não
me enviou um modelo de documento modelo. Nós [ela e o
marido] preparamos aqui.
Temos várias pessoas dispostas a ir lá, à Corregedoria explicar por que me pediram o
acesso que fiz".
Já aposentada, Ana Maria,
52, seguiu trabalhando na
Receita em Mauá, na qual recebeu a senha da chefe, a
analista do fisco Antonia
Aparecida Neves Silva.
Juntamente com Adeildda
dos Santos, outra servidora
do Serpro emprestada à Receita, a dupla recebia de Antonia a demanda para acessar dados de cadastro de contribuintes e também sigilos. E
foi por "excesso de trabalho", disse, que o código secreto foi repassado.
Já Adeildda diz que atendia a demanda dos superiores. Sobre os acessos a Veronica Serra e a seu marido, ela
respondeu: "Só cumpria solicitações de meus superiores.
Não tenho como afirmar se
fui eu ou não quem acessou".
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