São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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Novata ameaça candidatos tradicionais no RS

Paulo Paim (PT) e Germano Rigotto (PMDB) estão atrás de Ana Amélia Lemos (PP)

GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE

Novata em campanhas eleitorais, a jornalista Ana Amélia Lemos (PP), 65, é hoje uma ameaça concreta à eleição para o Senado de dois medalhões da política gaúcha: o senador Paulo Paim (PT) e o ex-governador Germano Rigotto (PMDB).
Ela tem 44%, segundo o último Datafolha, contra 42% do peemedebista e 38% do petista. Sem nunca ter disputado um único voto, Ana Amélia subiu 11 pontos desde o início do horário eleitoral -maior expansão registrada pelo instituto no período.
A televisão é o habitat da gaúcha. Ela é jornalista desde 1970, mas ganhou projeção no Estado como comentarista política da RBS TV (Globo local), onde trabalhou durante 33 anos. Demitiu-se para a disputa.
Loura de olhos castanhos, Ana Amélia se veste com sobriedade. Calça social, camisa e terninho integram seu figurino básico.
Só o lenço, usado no pescoço, foi aposentado a pedido de seus marqueteiros para ressaltar a diferença visual com sua aliada a governadora Yeda Crusius (PSDB).

GANÂNCIA DA UNIÃO
Outsider na busca de voto, ela carrega alguns características pouco comuns na política -mas obrigatórias entre alguns profissionais de TV-: costuma ser pontual na agenda, prefere discursos curtos e dispensa o teleprompter nas gravações.
Sabendo que o segundo voto de eleitores de Paim e Rigotto pode garantir sua eleição, Ana Amélia diz que "transcende" a direita gaúcha, reduto de seu partido. "Sou de centro."
Ela diz que a produção nacional perde competitividade por causa da falta de políticas que reduzam os custos no país e cobra a correção de acordos do Mercosul que, afirma, são "lesivos" para produtos brasileiros.
Em outra frente, reclama da concentração de 60% das receitas nos cofres federais em detrimento das prefeituras, que ficam com 15%.
"Não quero que a União deixe de ser a prima rica da federação, mas que deixe de ser tão gananciosa", afirma.

BIÔNICO E TRAPÉZIO
Ana Amélia é casada com Octávio Cardoso. Filiado à Arena (legenda do regime militar), ele foi suplente do senador biônico Tarso Dutra e exerceu os quatro anos do mandato após a morte do titular. O casal não tem filhos.
Em 1970, ela atuou na comédia "Não aperta, Aparício!", em que incorporou a personagem Miss Mary, uma trapezista de circo.


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