São Paulo, quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Serra defende ex-diretor acusado por PT de caixa 2

Em tom de ameaça, Paulo Preto cobrou na véspera que tucano o defendesse

"Não houve desvio de dinheiro de campanha por parte de ninguém, nem do Paulo Souza", disse o presidenciável

BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A APARECIDA (SP)

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, saiu ontem em defesa do ex-diretor de engenharia da Dersa (empresa estatal paulista responsável por obras viárias) Paulo Vieira de Souza.
Conhecido como Paulo Preto, o engenheiro foi citado pela candidata Dilma Rousseff (PT) no último domingo, durante debate na Band.
Baseada em reportagem publicada pela revista "IstoÉ", a petista afirmou que ele "fugiu" com R$ 4 milhões originalmente destinados por empresários à campanha de Serra.
Em entrevista à Folha, ontem, Paulo Preto, exonerado da Dersa em abril, afirmou que, apesar de não serem amigos, Serra o "conhece muito bem" e, em tom de ameaça, disse que "não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada".
"Não cometam esse erro", afirmou ele.
Em entrevista após participar de missa solene em homenagem ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), Serra disse não ter lido as declarações do ex-diretor, mas afirmou que "a acusação contra ele é injusta" e que o engenheiro é "totalmente inocente".
"Não houve desvio de dinheiro de campanha por parte de ninguém, nem do Paulo Souza", disse.
Indagado, Serra não respondeu se conhecia efetivamente Paulo Preto -cujo apelido classificou de "preconceituoso".
Mas, baseado em relatos de integrantes de seu governo na área de transportes, disse nunca ter recebido acusações contra ele.
"Ele é considerado uma pessoa muito competente e ganhou até o prêmio de Engenheiro do Ano, no ano passado. Nunca recebi nenhuma acusação a respeito dele durante sua atuação no governo", disse o candidato.
O tucano disse que não falou sobre o assunto durante o debate porque a afirmação de Dilma foi feita durante uma tréplica, quando ele não tinha mais direito à palavra.
O candidato tucano insinuou que, ao jogar na campanha o nome de Paulo Preto, Dilma busca desviar a atenção em relação às denúncias de tráfico de influência na Casa Civil.
"O curioso é que Dilma está preocupada com problemas internos da nossa campanha quando a nossa preocupação é com o destino do dinheiro da Casa Civil, dinheiro público. Não é dinheiro que algum empresário doou para uma campanha."
O tucano acusou Dilma e o PT de terem produzido, com sucesso, um "factoide para pegar na imprensa".
"Estão fazendo uma tempestade não é num copo, é num cálice de água", disse.


Texto Anterior: Dilma afirma que não é "agressiva", e sim "assertiva"
Próximo Texto: Engenheiro é "arrogante", alertou Goldman em e-mail
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.