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Serra defende ex-diretor acusado por PT de caixa 2
Em tom de ameaça, Paulo Preto cobrou na véspera que tucano o defendesse
"Não houve desvio de dinheiro de campanha por parte de ninguém, nem do Paulo Souza", disse o presidenciável
BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A APARECIDA (SP)
O candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, saiu
ontem em defesa do ex-diretor de engenharia da Dersa
(empresa estatal paulista responsável por obras viárias)
Paulo Vieira de Souza.
Conhecido como Paulo
Preto, o engenheiro foi citado
pela candidata Dilma Rousseff (PT) no último domingo,
durante debate na Band.
Baseada em reportagem
publicada pela revista "IstoÉ", a petista afirmou que
ele "fugiu" com R$ 4 milhões
originalmente destinados
por empresários à campanha
de Serra.
Em entrevista à Folha, ontem, Paulo Preto, exonerado
da Dersa em abril, afirmou
que, apesar de não serem
amigos, Serra o "conhece
muito bem" e, em tom de
ameaça, disse que "não se
larga um líder ferido na estrada a troco de nada".
"Não cometam esse erro",
afirmou ele.
Em entrevista após participar de missa solene em homenagem ao Dia de Nossa
Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), Serra disse não
ter lido as declarações do ex-diretor, mas afirmou que "a
acusação contra ele é injusta" e que o engenheiro é "totalmente inocente".
"Não houve desvio de dinheiro de campanha por parte de ninguém, nem do Paulo
Souza", disse.
Indagado, Serra não respondeu se conhecia efetivamente Paulo Preto -cujo
apelido classificou de "preconceituoso".
Mas, baseado em relatos
de integrantes de seu governo na área de transportes,
disse nunca ter recebido acusações contra ele.
"Ele é considerado uma
pessoa muito competente e
ganhou até o prêmio de Engenheiro do Ano, no ano passado. Nunca recebi nenhuma
acusação a respeito dele durante sua atuação no governo", disse o candidato.
O tucano disse que não falou sobre o assunto durante o
debate porque a afirmação
de Dilma foi feita durante
uma tréplica, quando ele não
tinha mais direito à palavra.
O candidato tucano insinuou que, ao jogar na campanha o nome de Paulo Preto, Dilma busca desviar a
atenção em relação às denúncias de tráfico de influência na Casa Civil.
"O curioso é que Dilma está preocupada com problemas internos da nossa campanha quando a nossa preocupação é com o destino do
dinheiro da Casa Civil, dinheiro público. Não é dinheiro que algum empresário
doou para uma campanha."
O tucano acusou Dilma e o
PT de terem produzido, com
sucesso, um "factoide para
pegar na imprensa".
"Estão fazendo uma tempestade não é num copo, é
num cálice de água", disse.
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