São Paulo, sábado, 13 de novembro de 2010

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Para Amorim, não havia razão para ir ao G20

Ministro afirma que foi ele quem sugeriu a Lula que não precisava viajar a reunião em Seul

ELIANE CANTANHÊDE
CLÓVIS ROSSI

COLUNISTAS DA FOLHA

O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) disse ontem que tem "ótimas" relações com o presidente Lula e que sua presença na reunião do G20, em Seul, não era necessária, porque é um foro estritamente econômico.
Segundo ele, só um ministro tem acesso, o da Fazenda, Guido Mantega.
"Eu mesmo levei ao presidente Lula, na semana passada, a ideia de que não era necessária a minha ida. Ele concordou. Pode-se tirar a conclusão que quiser, mas os fatos são outros", disse.
O ministro chegou às 6h do Congo, onde participou de assinatura de um programa contra a violência sexual contra a mulher, depois de ser desconvidado para integrar a comitiva a Seul.
Ele disse que o G20 "só tem lugar para um ministro, e não cabe o ministro de Relações Exteriores entrar como se fosse o assessor do assessor do assessor".
Das 4 reuniões do G20 financeiro, Amorim diz que só foi às 2 primeiras, uma nos Estados Unidos e outra no Reino Unido, porque havia reuniões bilaterais com temas de política externa. Na última, em Petersburgo (EUA), ele também não foi.
Em Seul, porém, também houve reuniões diplomáticas: um jantar para ministros do Exterior, para o qual, na ausência de Amorim, acabou sendo convidado Marco Aurélio Garcia, o assessor diplomático da Presidência, e reuniões bilaterais de Lula com os presidentes da Coreia, Lee Myung-Bak, e da França, Nicolas Sarkozy.
Amorim foi desconvidado de última hora, depois de seu nome constar da lista oficial dos acompanhantes de Lula e da reserva do hotel em Seul, conforme informou a Folha.
Mas ele acha que não foi uma grosseria de Lula nem uma sinalização de desencanto ou de rompimento: "Lula nunca faria isso comigo dessa maneira, nem precisaria disso para me dar algum recado", disse.
Sua versão: "Meu nome constava porque tinha de constar, porque é preventivo. Caso o presidente diga que eu tenho de estar, aí eu vou ter de estar". Citou as reuniões ibero-americanas, em que seu nome sempre constava, mas ele não foi a nenhuma das últimas.
O mais constrangedor na exclusão do chanceler é que foi a um mês e meio da posse da presidente eleita Dilma Rousseff, que acompanhava Lula. Repercutiu com a sinalização de que ele está excluído do futuro governo.


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