São Paulo, segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Moscou só enviou 4 dos 38 documentos

Em material recebido em outubro, há relatório sobre a ANL e anotações sobre viagem de Prestes ao Brasil em 1935

Aprovação de líder na cúpula do Komintern está entre documentos que o Arquivo Nacional ainda não recebeu

DE PORTO ALEGRE

Os quatro manuscritos obtidos pela Folha integram um conjunto de 38 documentos que o governo da Rússia se comprometeu a repassar ao Arquivo Nacional, no Rio.
Pedidos de cópias são feitos desde 2005 pela viúva do líder comunista, Maria Prestes, 80, mas a decisão de fornecê-las foi selada em reunião entre os presidentes Lula e Dmitri Medvedev em março deste ano.
A lista completa abrange documentos que vão de 1928 a 1941. O Arquivo Nacional informou que recebeu apenas os manuscritos e que já entrou em contato com o Arquivo do Estado Russo de História Política e Social para o envio do material restante.
Os quatro manuscritos foram repassados pelo número 2 da diplomacia russa, Andrey Denisov, ao diretor do Arquivo Nacional, Jaime Antunes da Silva, em cerimônia no Itamaraty, em outubro.
São eles: relatório sobre a situação do Brasil e da Aliança Nacional Libertadora e uma anotação sobre sua viagem ao Brasil, ambos datados 6 de março de 1935; o esboço de um artigo de Prestes sobre o Exército Vermelho, de 1934, e um telegrama sobre participantes de um Congresso Antiguerra ocorrido no Uruguai, em 1933.
Os outros documentos da lista -e que o Arquivo Nacional diz não ter recebido- captam lances decisivos da preparação e do fracasso da Intentona Comunista, conforme a Folha apurou. Alguns já são conhecidos por pesquisadores brasileiros desde os anos 1990.
Há três atas com a assinatura dos homens mais poderosos do Komintern. Uma delas, de 11 de março de 1934, guarda possivelmente indícios da discussão da primeira grande operação de Moscou para desestabilizar um governo na América do Sul.
Em 8 de junho do mesmo ano, uma reunião da comissão política da executiva do Komintern aprovou o ingresso de Prestes como membro da cúpula da organização -referendado depois. A Embaixada da Rússia em Brasília não se manifestou.


Texto Anterior: Análise: Chave para entender Prestes permanece em Moscou
Próximo Texto: Burguesia quer deturpar "mitos", diz filha
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.