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Tarso acusa Yeda de ter "zerado" caixa no RS
Governo afirma ter herdado contas de R$ 1 bi; PT quer posar de "salvador", diz PSDB
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
O governo de Tarso Genro
(PT) acusou sua antecessora,
Yeda Crusius (PSDB), de ter
"zerado" o caixa do Rio Grande do Sul e legado ao sucessor contas de R$ 1 bilhão a serem quitadas em curto prazo
sem que exista lastro financeiro para esses pagamentos.
O balanço das finanças
gaúchas foi apresentado ontem pelo secretário da Fazenda, Odir Tonollier, e questiona a principal bandeira política da gestão tucana: equilíbrio das contas públicas e
fim do deficit orçamentário.
"No dia 3 de janeiro, o nosso saldo era zero. As contas
bancárias do Estado somavam zero. É o que nós recebemos. Não temos nada de recursos no caixa para começar", disse ele.
Indagado sobre o número
redondo, Tonollier enfatizou: "Zero de saldo de caixa.
Não é força de expressão".
Segundo ele, o R$ 1 bilhão
herdado da gestão anterior é
para ser pago a fornecedores.
O secretário disse que as
contas atingem investimentos, obras já finalizadas, custeio de presídios e até o pagamento de fornecedores de
combustível para a polícia,
que estão sem receber, segundo ele, desde outubro.
Outro ponto de desavença
é o caixa único do Estado -a
conta-mãe que recebe grande parte dos recursos públicos e que pode incluir quantias disputadas na Justiça.
O atual governo diz que ela
está no vermelho em mais de
R$ 4 bilhões, enquanto o anterior afirmava ter fechado
2010 com R$ 3,6 bilhões em
caixa. Tonollier disse que seu
cálculo não inclui o valor dos
depósitos judiciais.
OUTRO LADO
Os tucanos reagiram com
indignação às declarações
do governo petista.
O presidente do PSDB-RS,
deputado federal Cláudio
Diaz, defendeu a gestão de
Yeda e disse que o PT cria
uma "cortina de fumaça para
desqualificar" e então surgir
como salvadores da pátria.
O dirigente tucano criticou
a iniciativa do governo petista de aumentar o número de
cargos de confiança (não
concursados) e reajustar
seus salários -propostas
anunciadas logo nos primeiros dias do novo governo.
"Além de mentirosos, são
incoerentes", rebateu Diaz.
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