São Paulo, sábado, 14 de maio de 2011

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mercado em cima da hora

Lucro da Petrobras sobe 42% e vai a R$ 11 bi no 1º tri

Aumento na venda de gasolina e na produção turbina resultado da estatal

Resultado poderia ter sido melhor se estatal tivesse repassado valorização do petróleo, segundo analistas

PEDRO SOARES
DO RIO

Cotações mais elevadas do petróleo, vendas maiores de gasolina, dólar mais baixo e aumento da produção de óleo bruto deram à Petrobras um lucro de R$ 10,985 bilhões no primeiro trimestre, recorde para o período. A cifra é 42% superior à registrada nos três primeiros meses de 2010 (R$ 7,726 bilhões).
Na comparação com o quarto trimestre, o lucro subiu apenas 4%, mas o desempenho surpreendeu analistas, que esperavam uma ligeira retração. É que sazonalmente as vendas de combustíveis são sempre menores de janeiro a março, período no qual a economia está mais desaquecida e a movimentação de cargas é menor.
De janeiro a março, o faturamento somou R$ 54,8 bilhões -alta de 9% ante igual período de 2010.
Puxaram o desempenho o aumento do petróleo, que turbinou o valor das exportações, e do preço dos derivados de petróleo que são corrigidos mensalmente (como querosene de aviação e óleo combustível).
Segundo analistas, o lucro poderia ter sido melhor se a estatal tivesse ajustado às cotações internacionais os preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras.
O preço desses produtos na refinaria está defasado. A Petrobras pressiona por reajuste, mas o governo segura o aumento diante do impacto na inflação.
Para ter uma ideia, o preço médio de venda dos produtos da estatal subiu 4% no primeiro trimestre, em média, muito abaixo da variação do petróleo (19%).
Mesmo num trimestre historicamente mais fraco, a Petrobras conseguiu vender mais combustíveis (alta de 6% ante o primeiro trimestre de 2010).

ACERTO
Em nota, o presidente da Petrobras ressaltou que "cenário de grande volatilidade dos preços internacionais" e "de escassez do etanol no nosso principal mercado" -o brasileiro- mostra o "acerto" da decisão da companhia de focar investimentos em biocombustíveis (aquisição de usinas) e no aumento da extração de óleo bruto no Brasil.
Para analistas da corretora Fator, o crescimento das vendas de gasolina teve impacto significativo no resultado da companhia e só não contribuiu mais porque a estatal teve de importar o produto.
Isso elevou os custos de venda, num cenário de preços represados. De janeiro a março, a estatal teve saldo negativo de US$ 656 milhões em sua balança comercial.
A Petrobras ressalta que a demanda aquecida no país a levou a ampliar importações também de óleo diesel.
Nelson Matos, analista do Banco do Brasil, diz que o câmbio também impulsionou o lucro da Petrobras, ao "baratear" a dívida em dólar.
Segundo a Petrobras, o resultado financeiro da companhia aumentou R$ 2,7 bilhões, graças à variação cambial e ao aumento de receitas com aplicações financeiras -o que ocorre num momento de alta de juros no Brasil.


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