São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 2011

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Processo que pede cassação do prefeito de Campinas avança

Câmara rejeita defesa de dr. Hélio sobre participação em suposto esquema de fraudes em licitações na prefeitura

Comissão tem até o mês de agosto para decidir se pede impeachment; defesa diz que se trata de "tentativa de golpe"

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS (SP)
PEDRO LEAL FONSECA
DE SÃO PAULO

A Câmara Municipal de Campinas considerou insuficiente a defesa apresentada pelo prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), o dr. Hélio, sobre um suposto esquema de fraudes na prefeitura e decidiu dar prosseguimento ao processo de impeachment.
A decisão foi tomada ontem, depois de uma comissão analisar a defesa apresentada pelo prefeito.
A comissão processante é formada pelos opositores Zé do Gelo (PV) e Rafa Zimbaldi (PP) e por Sebastião Santos (PMDB), que integrava a base aliada do prefeito, mas rompeu após investigações do Ministério Público virem a público. Os três foram escolhidos por sorteio entre os 33 vereadores do município.
O processo se refere à suspeita de fraudes em licitações na prefeitura que é investigada pela Promotoria e que já resultou na denúncia de 22 pessoas, incluindo a primeira-dama e ex-chefe de gabinete, Rosely Nassim Santos, e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT).
Apesar de dr. Hélio não ter sido denunciado, os vereadores aprovaram, em 23 de maio, abertura do processo de cassação.
Após determinar a continuidade do processo, a comissão tem até o fim de agosto para decidir se pede o impeachment do prefeito. São necessários dois terços dos votos de 33 vereadores para ele perder mandato.
No próximo dia 29, serão ouvidas as 20 testemunhas indicadas pelo prefeito. Entre elas estão os ministros do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), e do Esporte, Orlando Silva (PC do B), que, segundo o advogado do prefeito, Alberto Rollo, tiveram contato com ele enquanto era deputado.
O processo foi aberto a pedido do vereador Artur Orsi (PSDB). Para ele, o "julgamento político independe de o prefeito estar sendo ou não processado criminalmente".

"GOLPE POLÍTICO"
Em carta à população divulgada hoje, dr. Hélio qualificou o processo de cassação como "tentativa desesperada de golpe político".
Disse ainda que "em nenhum momento" viu ou percebeu sua mulher participar do suposto esquema de corrupção. Ela é apontada como mentora do esquema que fraudou licitações da Sanasa (companhia de água e esgoto da cidade).
A primeira-dama, o vice-prefeito e outras três pessoas estão foragidas desde sexta-feira, quando tiveram a prisão preventiva decretada.


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