São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

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cotidiano em cima da hora

Juíza do Rio foi agredida 2 vezes por namorado

Polícia não descarta que assassinato da magistrada tenha motivo passional

Patrícia Lourival Acioli, morta na quinta, era tida como linha-dura no combate a milícias e a PMs acusados de crimes

DAMARIS GIULIANA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Além das ameaças que a juíza Patrícia Lourival Acioli, 47, sofria por conta de suas rigorosas sentenças contra policiais e criminosos, há registros de ao menos duas agressões que ela sofreu do namorado, o cabo da PM Marcelo Poubel, 37.
A juíza foi morta com 21 tiros na quinta-feira à noite em frente à sua casa, em Niterói, região metropolitana do Rio. Ela foi abordada, segundo a polícia, por duas motos e ao menos um carro quando chegava do fórum. Os criminosos conseguiram fugir.
Ontem, o delegado Felipe Ettore, que investiga o caso, e a chefe da Polícia Civil, Marta Rocha, não quiseram dar entrevistas. "Esse é o momento de silêncio, de investigar", disse ela ao sair da Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio).
A polícia informou anteontem, no entanto, que nenhuma linha de investigação havia sido descartada. Há suspeitas contra milícias, grupos de extermínio, agiotas, máfias de vans e até de crime passional.
Poubel depôs anteontem por mais de seis horas, mas o conteúdo do depoimento não foi divulgado.
Segundo a Secretaria de Segurança do Rio, foi registrada queixa contra o policial em 2006 por uma "surra" que ele teria dado na juíza numa churrascaria, em 2006.
No começo deste ano, quando estavam separados, ele invadiu a casa de Acioli e a flagrou no quarto com um agente penitenciário.
A queixa da agressão foi registrada e o caso foi parar na Corregedoria Interna da Polícia Militar porque Poubel deixou o posto de serviço para ir à casa da juíza.
Segundo a Secretaria de Segurança, a sindicância ainda não foi concluída e, ao depor, a juíza "colocou panos quentes", se recusando a falar das agressões.
Segundo o jornal "O Globo", o depoimento foi prestado em 25 de março.
Na época, Acioli contou que viveu maritalmente com Poubel por cinco anos -até agosto de 2009. Disse também que o principal motivo para o fim do relacionamento foi a ingerência dele em processos contra policiais.
Recentemente, a juíza reatou o relacionamento com o policial. A Folha não conseguiu localizar Poubel ontem.


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