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PF acha R$ 167 mil na casa do governador do Amapá
Candidato à reeleição, Pedro Paulo Dias não declarou esse dinheiro ao TSE
Atual governador e seu antecessor Waldez Góes devem ser soltos hoje; ao todo, PF apreendeu uma tonelada de papeis
LEONARDO SOUZA
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA
A Polícia Federal encontrou R$ 167 mil e US$ 2,5 mil
em espécie durante as buscas na casa do governador do
Amapá, Pedro Paulo Dias
(PP), candidato à reeleição,
preso na sexta-feira passada
na Operação Mãos Limpas.
Dias era o principal alvo
das investigações desde que
foi secretário estadual de
Saúde na gestão do governador anterior, Waldez Góes
(PDT), que também foi preso.
Eles devem ser soltos hoje
com o fim do prazo da prisão
temporária. A PF não deverá
pedir prorrogação de prazo.
Os policiais da operação
recolheram cerca de uma tonelada de documentos nas
casas e escritórios dos investigados. A papelada já começou a ser analisada.
Em sua declaração de bens
ao Tribunal Superior Eleitoral, em julho deste ano, Dias
informa ter patrimônio de
R$ 1,95 milhão, sendo cinco
imóveis avaliados em um total de R$ 600 mil, R$ 235 mil
aplicados no banco e cerca
de R$ 1,1 milhão em 2.219 cabeças de gado. Ele não declarou recursos em espécie.
No total, a PF apreendeu
R$ 1 milhão em espécie. Desse valor, R$ 540 mil estavam
em duas maletas no gabinete
do secretário de Segurança
Pública, o delegado federal
Aldo Alves Ferreira. Ele foi
preso na chegada a Brasília
na sexta-feira passada com
mais R$ 20 mil em espécie.
Além do dinheiro, cinco
carros de luxo foram apreendidos na casa de praia do presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Julio Miranda, na Paraíba. Eles são
avaliados em R$ 3 milhões.
As provas contra Dias e
Góes são consideradas robustas. Há filmagens e fotos
de entrega de recursos em espécie de dois programas sociais do governo a pessoas
que tinham que se cadastrar
para obter o benefício.
Também foram feitas interceptações telefônicas, nas
quais empresários combinavam pagar propina a funcionários do governo. A PF filmou os empresários nos locais combinados para a entrega do dinheiro acertado.
No relatório da PF, há o pedido de prisão para o presidente da Assembleia, Jorge
Amanajás (PSDB). Amanajás
não assumiu o governo do
Amapá após a operação porque é candidato à reeleição, o
que o tornaria inelegível. O
presidente do Tribunal de
Justiça, Dôglas Ramos, é o
governador interino.
O ministro do STJ João Noronha, relator do caso, negou
a prisão de Amanajás.
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