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Filho de Erenice diz que foi "enganado"
Israel Guerra culpa consultor de empresas Fábio Baracat, afirma que é alvo de "denuncismo" e promete abrir sigilo
Nova versão contrasta com o e-mail enviado à revista "Veja", no qual filho de Erenice admitiu ter emitido notas fiscais
DE BRASÍLIA
O filho da ministra da Casa
Civil, Erenice Guerra, Israel
Dourado Guerra, 32, disse
ontem à Folha que foi "enganado" pelo consultor de empresas Fábio Baracat.
"Eu fui enganado por
aquele rapaz. Ele se dizia dono da empresa, se dizia ser
sócio. Ele se mostrava como
um empresário bem-sucedido, bem-intencionado", afirmou o filho de Erenice.
"É triste fazer parte de um
joguete. A gente está vendo
aí essa onda de denuncismo,
essa coisa baixa, essa campanha sem propostas, só com
acusações, com ilações, com
documentos falsos. Enfim, é
uma coisa muito triste o que
a gente está vivendo hoje no
Brasil, com o país se desenvolvendo na forma que vai.
Mas a política, alguns veículos [de comunicação] se comportando da forma mais aética possível."
Ele também negou ter recebido recursos da empresa
de transporte aéreo de cargas
MTA. Já em e-mail que ele
próprio enviou à revista "Veja" na sexta, Guerra admite a
emissão de notas fiscais.
Procurado pela revista para falar sobre os negócios
mantidos com Baracat e a
empresa MTA, Israel Guerra
confirmou ter trabalhado para a empresa MTA. Disse que
a autorização da empresa para voar estava vencida, e que
Baracat pediu sua ajuda para
resolver o problema.
Guerra explicou ter apresentado a Baracat a possibilidade de fazer um pedido direto à presidência da Anac,
desde que a empresa MTA estivesse em situação regular
na Receita Federal.
Para ser remunerado pelo
serviço, Guerra diz no e-mail
ter emitido notas em nome
da empresa de seu irmão,
Saulo, a Capital Consultoria.
Guerra escreveu na mensagem à revista: "Eu construí
a argumentação e o embasamento legal da referida peça
e a encaminhei ao representante legal da empresa aqui
na cidade de Brasília, que a
protocolou no órgão competente. Por razão deste serviço
prestado, solicitei a gentileza
de meu irmão, que a Capital
emitisse nota fiscal contra a
pessoa jurídica indicada pelo
senhor Fábio Baracat para
cobrança do pagamento".
Ontem, numa curta entrevista à Folha, Guerra apresentou nova versão. Ele contestou as informações, divulgadas por "Veja", de que a
MTA repassou dinheiro à sua
empresa. "Elas não procedem. E o meu sigilo vai comprovar. Não só o sigilo meu,
como o da própria empresa."
Guerra fez críticas a Baracat.
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