São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Ex-ministros cobram Comissão da Verdade

Membros das gestões FHC e Lula vão ao Congresso pressionar por aprovação de projeto para 'consolidar democracia'

Congressistas ligados à esquerda impõem obstáculo ao defender texto mais forte contra agentes da ditadura


DE BRASÍLIA

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e outros cinco ex-titulares da pasta foram ontem ao Congresso para pressionar pela votação o projeto que cria a Comissão da Verdade, proposta para construir a narrativa oficial de violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988.
Com o argumento de que a comissão é um interesse suprapartidário, o grupo entregou aos presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), um documento em que pede a aprovação do projeto "para a consolidação do regime democrático".
Além de Rosário, foram ao Congresso José Gregori, Gilberto Saboia e Paulo Sérgio Pinheiro, da gestão de Fernando Henrique Cardoso, e Nilmário Miranda e Paulo Vannuchi, da era Lula.
Também ontem, José Genoino, assessor especial do Ministério da Defesa, e a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) participaram de um almoço com líderes da base aliada na Câmara, no qual a votação da Comissão da Verdade foi tratada.
Inicialmente, a vontade do governo era levar o projeto a plenário nesta semana. Como a pauta está travada por medidas provisórias, o mais provável é que isso só ocorra na quarta-feira da próxima semana, segundo a ministra e o presidente da Câmara.
Um dos obstáculos à aprovação da comissão vem de parlamentares da própria esquerda, que acham o projeto muito ameno.
Eles queriam que o texto trouxesse punições a agentes públicos responsáveis por mortes e torturas na ditadura militar (1964-1985).
Antes mesmo de o projeto ser votado, pessoas ligadas ao combate do regime militar e integrantes do governo já começam a delinear o perfil dos sete membros que farão parte da comissão.
Para o ex-ministro Paulo Vannuchi, os membros do grupo terão de, idealmente, ser estudiosos do período, mas apartados das disputas políticas e ideológicas que o marcaram. (JOÃO CARLOS MAGALHÃES, MARIA CLARA CABRAL e MÁRCIO FALCÃO)



Texto Anterior: Folha.com
Próximo Texto: Elio Gaspari: De Sergio.Buarque@edu para Dilma@gov
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.